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Fiat precisa de mais que compacto 500 para se recuperar

Montadora tem pouco para mostrar no salão do automóvel de Paris além de outra variante do compacto retrô 500

Fiat 500: estratégia que teve um início promissor começou a enfrentar obstáculos que incluíram uma crise econômica (Divulgação/Fiat)
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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2014 às 14h21.

Paris - Enquanto rivais lançam novos modelos de carros conceito, a Fiat tem pouco para mostrar no salão do automóvel de Paris além de outra variante do compacto retrô 500 , algo que tem sido visto como uma tendência preocupante para a marca italiana.

Após a aquisição completa da norte-americana Chrysler, a nova Fiat Chrysler Automobiles (FCA) definiu um plano ambicioso de crescimento focado nas marcas de alto padrão Alfa Romeo, Maserati e Jeep.

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Analistas afirmam que faz sentido se concentrar em veículos premium de alta margem e que estão tendo fortes vendas nos Estados Unidos e em mercados emergentes, mas mostram preocupação quanto à possibilidade de o grupo estar negligenciando a marca Fiat, que ainda é responsável por grande parte das vendas.

A FCA vendeu 1,5 milhão de Fiats no ano passado, com as entregas da Fiat representando 34 por cento do total do grupo.

O lançamento do 500X em Paris deve ajudar nas vendas ao adicionar a popular categoria de mini SUV ao portfólio da marca. Mas o modelo crossover não deve mudar de maneira significativa a situação da marca Fiat, que tem mostrado uma linha de veículos envelhecida.

"O 500 está ficando cada vez mais velho, o sucesso de suas variantes tem sido limitado e eles estão sem uma oferta competitiva em um momento em que Volkswagen, Peugeot e Renault continuam a lançar novos carros", disse Sascha Gommel, analista do Commerzbank. "Mesmo se a recuperação europeia ganhar fôlego, a Fiat definitivamente vai perder." OBSTÁCULOS ADIANTE O presidente-executivo do grupo, Sergio Marchionne, conseguiu sucesso em 2007 quando escolheu o compacto 500 para recuperar a marca Fiat, vendendo mais de 1 milhão de unidades nos seis anos após o relançamento do modelo.

O carro foi vendido em mais de 100 países e foi a resposta de Marchionne à marca Mini, da BMW.

Mas a estratégia que teve um início promissor começou a enfrentar obstáculos que incluíram uma crise econômica que levou as vendas de veículos na Europa para uma queda que durou seis anos.

As vendas na Europa do 500 ainda são altas, mas foram reduzidas em relação aos picos de 2008 e 2009, apesar da disponibilização de itens personalizados e versões elétrica e conversível. Um aumento de incentivos aos compradores nos Estados Unidos e Europa impulsionou as vendas, mas também sinaliza risco de desvalorizar o produto, dizem analistas.

Enquanto isso, concessionárias da Fiat afirmam que o 500 não conseguiu melhorar o desempenho de outros carros da marca, alguns dos quais já mostrando defasagem. O Punto, por exemplo, já tem nove anos desde que foi lançado.

A participação de mercado da Fiat no segmento "B" de subcompactos caiu de 9,3 por cento em 2007 para 6,2 por cento no ano passado e deve recuar para 5,7 por cento até 2018, segundo a empresa de análise de mercado IHS Automotive.

No segmento "A", no qual o 500 e o Fiat Panda se inserem, a fatia da marca italiana deve cair de cerca de 7 por cento para pouco menos de 5 por cento entre 2007 e 2018.

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