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Fatia da União pode crescer na Petrobras

Segundo fontes próximas ao processo de oferta de ações, o objetivo do governo é ficar com 50% dos papéis na maior capitalização já feita no mundo

O CEO da Petrobras, José Sérgio Gabrielli: executivo espera concluir o processo de capitalização da empresa até o fim de julho (Arquivo/ABr)

O CEO da Petrobras, José Sérgio Gabrielli: executivo espera concluir o processo de capitalização da empresa até o fim de julho (Arquivo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.

Rio de Janeiro - O governo conseguiu aprovar, na madrugada de ontem no Senado, o projeto que avaliza a capitalização da Petrobras, abrindo espaço para ampliar a participação da União no capital da estatal. O mercado estima que a operação vai movimentar cerca de US$ 60 bilhões (em torno de R$ 110 bilhões), o que corresponde a um terço do valor da empresa em Bolsa de Valores.

Será a maior capitalização já feita no mundo. O recorde até agora é do ICBC, o maior banco da China, que em 2006 obteve US$ 21,9 bilhões em sua oferta inicial de ações. A intenção do governo - segundo quatro fontes que acompanham o processo - é adquirir, pelo menos, 50% das ações ofertadas, saindo da operação com uma fatia superior a 42% na empresa e reforçando o perfil estatal da companhia para a nova fase do pré-sal.

Hoje, a União detém o controle, com 32,1%. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem 7,7% e, segundo declaração recente do presidente do banco, Luciano Coutinho, pretende acompanhar a oferta de ações. A expectativa do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, é concluir o processo até o fim de julho.

No mercado, é dada como certa a diluição da participação dos acionistas minoritários, seja por causa da crise global, seja pela falta de musculatura de pequenos investidores brasileiros para seguir a oferta. Eles representam 22% do capital da estatal, incluindo os 2% de ações em mãos de fundos FGTS-Petrobras. "Uma operação como essa seria extremamente grande, mesmo antes da crise da Europa. Agora, certamente haverá diluição", diz o superintendente da Associação de Investidores do Mercado de Capitais (Amec), Edison Garcia. A expectativa é que a oferta tenha forte presença de instituições ligadas ao governo e investidores estrangeiros.

Ou seja: a Petrobras sairá da capitalização mais estatal, como quer o governo. A empresa forçou o processo de capitalização alegando que não teria condições de investir no pré-sal sem comprometer a estrutura financeira, hoje sufocada por dívidas acima de R$ 100 bilhões. O valor final da capitalização vai depender de definições, como o valor do novo plano de investimentos da estatal, de US$ 200 bilhões a US$$ 220 bilhões, e dos 5 bilhões de barris cedidos pela União. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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