Conheça a fábrica que já vacinou todos os 5.300 funcionários em SP
Além dos moradores de Botucatu (SP), participaram da imunização moradores das cidades vizinhas
Gabriel Aguiar
Publicado em 25 de junho de 2021 às 15h38.
Se a vacinação contra covid-19 chegou a apenas 68.465.736 pessoas de todo o Brasil – o que representa 32,33% com a primeira dose –, Botucatu (SP) avança a passos largos e já tem até uma fábrica totalmente imunização: funcionários do Grupo Caio, que produz carrocerias de ônibus, participaram do estudo com o imunizante da AstraZeneca, produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Há cinco semanas, a cidade do interior paulista começou o plano de vacinação de toda a população, que tem cerca de 148 mil pessoas. E, de lá para cá, foi aplicada a primeira dose em 80,5% dos habitantes (e a segunda dose está confirmada para o mês de agosto). Mais que isso, o projeto também passou a vacinar funcionários de empresas instaladas no município e que moram nas redondezas.
Atualmente, o Grupo Caio tem 5.300 funcionários e, deste total, cerca de 1.600 residem nas cercanias, nas cidades de Areiópolis, Bofete, Itatinga, Lençóis Paulista, Pardinho, Pratânia e São Manuel. “Quando colaboradores de outras cidades souberam da vacinação em massa, nos procuraram para reivindicar a vacina. Nos perguntavam: ‘e nós?’. Esse dia era muito esperado. É emocionante a reação de todos com a conquista”, afirma Silvânia Giandoni, coordenadora do Serviço Médico e Benefícios.
Para ter ideia dos efeitos da pandemia do novo coronavírus, a empresa reduziu a menos da metade os números de produção: foram 3.597 unidades no ano passado, contra 7.664 unidades de 2019. Também houve redução no quadro de funcionários – o grupo não revela quantos foram demitidos – e adoção dos programas de suspensão do contrato de trabalho e Benefício Emergencial (BEm).
“Podemos ‘respirar’ com mais tranquilidade, pois nosso maior patrimônio são os nossos colaboradores. Todos mais protegidos é um alívio, mas não podemos esquecer que fomos privilegiados e, infelizmente, minoria”, diz Tânia Pires de Souza, gerente de comunicação e marketing. Por ora, a imunização não terá reflexo nas contas, que deverão seguir iguais neste ano e crescer até 10% em 2022.
“Eu demoraria muito a ser imunizado em minha cidade e sou muito agradecido por essa alegria. Tenho esposa, filhos e familiares que são do grupo de risco”, afirma Denilson Ferreira, que trabalha no setor de Tubulação da Caio e mora no município vizinho de São Miguel (SP). Para a segunda etapa de vacinação, o fabricante forneceu espaço, infraestrutura, equipe médica e profissionais de apoio.