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Entenda a (con)fusão entre Oi e Portugal Telecom

As duas empresas estão em processo de união, mas dívidas do banco Espírito Santo podem atrapalhar o negócio


	Oi: Fusão com a Portugal Telecom foi atrapalhada por dívidas do banco Espírito Santo
 (Marcelo Correa / EXAME)

Oi: Fusão com a Portugal Telecom foi atrapalhada por dívidas do banco Espírito Santo (Marcelo Correa / EXAME)

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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2014 às 10h12.

São Paulo – Ao fim do dia desta terça-feira, o banco português Espírito Santo deveria ter pago uma dívida de 847 milhões de euros para a conterrânea Portugal Telecom.

A probabilidade de isso ocorrer já é próxima de zero, o que abre mais um capítulo na longa novela entre a companhia telefônica portuguesa e a Oi, que estão em processo de fusão desde outubro de 2013.

Em abril deste ano, a Portugal Telecom comprou 897 milhões de euros em papéis de dívida do Banco Espírito Santo, com a promessa de que receberia a maior parte do montante (847 milhões de euros) hoje. Fez isso sem que seus sócios da parte brasileira soubessem, o que desagradou a todos.

Assim que souberam do repasse, acionistas minoritários da Oi imediatamente questionaram o empréstimo gigantesco feito pela Portugal Telecom. Os executivos portugueses negam que sabiam da crise da empresa irmã, mas investidores brasileiros já pedem a investigação contra má fé.

O banco, o maior privado de Portugal, já afirmou que não teria condições de cumprir com seu compromisso e que conseguiria arrecadar, no máximo, 300 milhões de dólares com a venda de ativos. A instituição possui capital de 2,8 bilhões de euros, 1,5 bilhão de euros em dívidas e passa hoje por uma reestruturação.

Sócio do sócio do sócio

O Espírito Santo pertence à Rio Forte, empresa comandada pela família que dá nome ao banco e que tem, entre seus principais negócios, a rede hoteleira Tivoli e empreendimentos imobiliários de luxo em São Paulo. Coincidentemente, a Rio Forte também é dona de 10% da Portugal Telecom.

Já a Portugal Telecom assumiu o controle da CorpCo, a nova empresa que tem entre seus maiores sócios ela, a Oi e o BNDES, em outubro de 2013. Ela injetou 7 bilhões de euros na companhia brasileira e, por conta do investimento, é dona de 38,1% da empresa, enquanto a Oi fica com 13,1%.

Neste momento, representantes do Banco Espírito Santo, da Portugal Telecom e da Oi reúnem-se para encontrar uma solução que garanta o pagamento da dívida.

Um possível calote, além de esvaziar os cofres da Oi, causaria uma enorme crise de confiança para o Banco Espírito Santo. Todos tentam evitar uma fuga de capitais, principalmente do banco, que viu suas ações caírem 20% só no dia de hoje. As ações da Oi já acumulam queda de 20% no mês.

Caso a dívida não seja paga, Oi e BNDES estudam alterar os termos da fusão entre a companhia e a Portugal Telecom, diminuindo sua participação na nova empresa. Um cancelamento do negócio, porém, foi descartado por ambas as partes. Até o momento.

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