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Só 10% das empresas medem suas emissões de gases poluentes

Alerta é de relatório do BCG, que mostra os desafios da medição, principalmente relacionadas ao escopo 3

Enquanto 92% de todas as emissões de gases poluentes são externas (escopo 3), apenas 12% das organizações pesquisadas consideram o escopo 3 sua principal prioridade (Ezra Bailey/Getty Images)

Enquanto 92% de todas as emissões de gases poluentes são externas (escopo 3), apenas 12% das organizações pesquisadas consideram o escopo 3 sua principal prioridade (Ezra Bailey/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de outubro de 2022 às 07h30.

Última atualização em 25 de novembro de 2022 às 17h56.

Muito tem se falado sobre a meta das empresas de zerar suas emissões líquidas, o famoso net zero, e é comum multinacionais anunciarem esses planos, como já fizeram, por exemplo, JBS, Ambev e Klabin. Mas a verdade é que esse é um grupo seleto de empresas. 

Um novo relatório, do Boston Consulting Group (BCG), mostra que somente 10% das companhias analisadas – em um universo de 1.600 respondentes em 18 países – medem suas emissões de gases de efeito estufa nos escopos 1, 2 e 3. O número é ligeiramente superior aos 9% de 2021. 

Escopo 3 ainda é um desafio

Enquanto 92% de todas as emissões são externas (escopo 3) de acordo com o Carbon Disclosure Project (CDP), ou seja, são provenientes de parceiros e fornecedores, apenas 12% das organizações pesquisadas consideram o escopo 3 sua principal prioridade.

“Essas medições são cruciais para ajudar as empresas a trabalhar em direção a seus objetivos de serem net zero”, disse em nota Charlotte Degot, fundadora e líder global da inteligência artificial CO2 do BCG. “E elas precisam ser apoiados por ferramentas digitais que os ajudem a alcançar precisão e abrangência, o que ajuda na tomada de decisões para a redução.”

Outro ponto importante detectado pelo levantamento é que os entrevistados estimam uma taxa média de erro das medições entre 25% e 30%.

Medição ajuda, de fato, na redução das emissões de gases de efeito estufa

O relatório mostra, ainda, que medir as emissões traz um avanço. Segundo o estudo, 64% dos entrevistados que medem o escopo completo de suas emissões e 45% dos que medem parcialmente notaram uma redução significativa dessas emissões. Em termos de valor monetário, mais de 70% dos entrevistados preveem pelo menos US$ 1 milhão em benefícios anuais de redução de emissões, com 37% calculando benefícios de até US$ 100 milhões ou mais. 

Quais são as vantagens do net zero?

As empresas também relatam outras vantagens do caminho rumo ao net zero:

  • 54% observam uma melhor reputação da marca no mercado 
  • 54% falam de redução de custos operacionais
  • 48% informam melhor valor de mercado
  • 43% mencionam maiores lucros
  • 40% falam em benefício de impostos locais
  • 37% destacam a capacidade de atrair os melhores talentos

As organizações ouvidas pelo BCG têm, cada uma, mais de mil funcionários e receitas que variam de US$ 100 milhões a mais de US$ 10 bilhões. Elas atuam em 14 grandes setores e, juntas, são responsáveis por mais de 40% das emissões globais. 

Como acelerar a meta net zero

Os entrevistados pela consultoria acreditam que mais apoio da liderança, melhores incentivos políticos (por exemplo, regulamentação e incentivos fiscais) e o uso de soluções digitais são necessários para acelerar a medição e redução de emissões. 

“Os resultados da pesquisa deste ano contam uma história clara – chegou a hora de acelerar urgentemente o progresso em termos de medição e redução de emissões”, disse Hubertus Meinecke, líder global da prática de clima e sustentabilidade do BCG. “Os líderes precisam demonstrar convicções verdadeiras e vontade de impulsionar mudanças culturais – tanto no nível da empresa quanto do governo, e as organizações precisam adotar as ferramentas digitais disponíveis para fornecer a medição mais precisa e abrangente possível.”

Acompanhe tudo sobre:JBSNetZero

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