Os protestos no Egito pedindo a saída do presidente Hosni Mubarak estão no sétimo dia (Mohammed Abed/AFP)
Da Redação
Publicado em 31 de janeiro de 2011 às 14h25.
Empresas internacionais estão interrompendo as operações no Egito, enquanto uma revolta contra o governo local entra no sétimo dia, depois de deixar ao menos 125 mortos. A cervejaria Heineken, a empresa do setor químico AkzoNobel, a companhia de produtos de consumo Unilever e as montadoras Nissan Motor e General Motors (GM) estão entre as empresas que suspenderam a produção no país.
A Heineken informou que interrompeu as operações, retirou 25 funcionários estrangeiros em aviões particulares e pediu que os empregados egípcios fiquem em casa. A cervejaria emprega 2.040 pessoas no país e, segundo o analista da SNS Securities Richard Withagen, o Egito é o mercado mais importante da Heineken no norte da África, com vendas estimadas em mais de 160 milhões de euros.
A Akzonobel vai suspender as atividades relacionadas a revestimento em pó hoje e amanhã. Tim van der Zander, porta-voz da companhia, disse que a fábrica localizada próxima ao Cairo emprega menos de 50 egípcios.
As operações da japonesa Nissan foram suspensas ontem e deverão ficar fechadas até pelo menos quinta-feira. A fábrica da montadora no Egito produz cerca de 10 mil veículos por ano, uma fração das 3,28 milhões de unidades fabricadas pela Nissan em todo o ano fiscal encerrado em 31 de março de 2010. A companhia vendeu cerca de 12 mil carros no Egito naquele ano fiscal, em comparação com as vendas globais de 3,5 milhões de unidades.
A GM interrompeu por dois ou três dias a produção em uma fábrica também próxima ao Cairo, que produz caminhonetes leves e médias, ônibus, carros de passageiros e veículos esportivos utilitários (SUVs). Um porta-voz da Unilever informou que as operações da companhia no Egito estão suspensas desde quinta-feira. Segundo ele, a empresa pretende retirar dois funcionários e 12 consultores estrangeiros do país assim que possível.
As notícias surgem enquanto vários governos - incluindo EUA, Turquia e Arábia Saudita - começam a retirar seus cidadãos do Egito e outras nações alertam para o risco de viagens ao país. Grupos de oposição ao governo do Egito estão se organizando com ajuda do Nobel da Paz Mohamed ElBaradei para depor o presidente Hosni Mubarak. O exército do país se uniu ao governo, mas está permitindo que manifestações sejam realizadas. As informações são da Dow Jones.