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Startup de cibersegurança que usa AI generativa para mapear riscos digitais capta R$ 7,5 milhões

Recém-chegada ao mercado, Intellya recebeu um valuation de R$ 25 milhões

Acassio Silva, Pedro Alves, Lucas Gastaldello e Gabriel Paiva, da Intellya: queremos ganhar participação de mercado e expandir para o exterior (Intellya/Divulgação)

Acassio Silva, Pedro Alves, Lucas Gastaldello e Gabriel Paiva, da Intellya: queremos ganhar participação de mercado e expandir para o exterior (Intellya/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 12 de junho de 2023 às 07h59.

Cibersegurança é um assunto cada vez mais recorrente no dia a dia das empresas assim como inteligência artificial generativa, popularizada com o ChatGPT, da OpenAI e outras ferramentas. A Intellya, startup brasileira que acaba de chegar ao mercado e de receber aporte de R$ 7,5 milhões, promete unir os dois recursos para mapear e proteger os ativos digitais de empresas grandes e pequenas.

O modelo da Intellya usa ferramentas para vasculhar informações vazadas e disponibilizadas em ambientes como dark web, deep web e na internet comum - a que utilizamos no dia a dia -, que, combinadas a soluções avançadas de inteligência artificial, permitem a análise de contextos para detectar eventuais ataques cibernéticos ou roubo de dados.

A startup foi criada no passado com investimentos de R$ 1,7 milhões a partir da união de três profissionais que têm em comum passagens pela Italtel, empresa de segurança digital italiana. O trio é formado por Acassio Silva, ex-diretor de inteligência cibernética da italiana; Pedro Alves, com passagens também pela Oplium, e Lucas Gastaldello, membro do comitê da Associação Nacional dos Profissionais de Privacidade de Dados (ANPPD) e ainda com experiência em companhias como Morphus e 99.

Como funciona o acordo

Na estruturação do negócio e em busca de capital, os três bateram à porta de Gabriel Paiva, responsável pelo aporte que lhe garante participação de 30% no negócio e o comando na operação da nova startup. O valor do capital leva em conta um valuation de R$ 25 milhões.

O executivo, com cerca de 10 anos de atuação no mercado de cibersegurança, é o CEO da Dfense, uma empresa criada em 2018 e que faturou R$ 61 milhões em 2022. A atuação é centrada na revenda de soluções de segurança cibernética como criptografia, tokenização de dados e identidade de usuários de empresas globais para clientes locais como Bradesco, Vivo e Santander. O profissional também é investidor-anjo em startups como Digibee, 123 Projetei, EasyJur e InvestidoresVC.

Com a Intellya, ele enxergou um potencial de conexão com o negócio da Dfense. “Quando eu entendi o que a Intellya faz, quais são os produtos que tem hoje e quais vai colocar no mercado, eu entendi que todos eles são complementares à minha estratégia de cibersegurança da Dfense e que fazia todo sentido em entrar como sócio”, afirma o novo CEO da startup.

Quais os objetivos da empresa

A Intellya conta que categorizou mais de 15 bilhões de ameaças, a partir de análise de 1 petabyte de dados, usando soluções avançadas de AI, uma estratégia para evitar erros e alertas falsos para os clientes.

“Estávamos inconformados com a qualidade dos serviços de inteligência de ameaças marcados por falsos positivos e dependência humana para escalar”, afirma Acassio Silva, cofundador e Chief Data Officer (CDO).

Para este primeiro momento, além de olhar para as grandes companhias e os seus desafios de cibersegurança, a startup oferece solução também para PMEs e usuários finais, com uma oferta freemium - um modelo de abordagem semelhante ao que companhias já estabelecidas neste setor adotam. Os usuários podem usar uma extensão do navegador para se proteger de ataques contra vazamento de senhas, dados e fraudes que utilizam nome e CPF.

Apesar de terem recém-lançado a Intellya no mercado local, os quatro sócios já ambicionam a expansão internacional do negócio em mercados como América hispânica, Estados Unidos e Europa. “Assim que a gente ganhar um market share razoável das empresas mais maduras em cibersegurança aqui no Brasil, nós vamos para fora”, diz Paiva.

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