Acompanhe:
seloNegócios

Empresa brasileira quer combater câncer com tecnologia high tech que vem do agro; entenda

Arca Biotech, da holding Arca Real, capta US$ 4 milhões para levar tecnologia própria de separação de átomos aplicada ao agro para a área da saúde; pesquisas ficam a cargo da Universidade de Harvard

Modo escuro

Continua após a publicidade
 (Freepik/Reprodução)

(Freepik/Reprodução)

M
Maria Clara Dias

Publicado em 9 de setembro de 2022 às, 10h00.

Ondas eletromagnéticas capazes de reorganizar átomos de modo que o novo conjunto seja mais “cômodo” para uma finalidade específica. A proposta, que mais se parece um enredo herdado da ficção científica, já é realidade para uma empresa brasileira com forte inclinação ao agronegócio, a Effatha.

Assine a EMPREENDA, a nova newsletter semanal da EXAME para quem faz acontecer nas empresas brasileiras!

A tecnologia proprietária criada pelo profissional de tecnologia Luzo Dantas Junior, batizada de Effatha Technology, foi desmembrada para dar origem a oito diferentes companhias, hoje incorporadas na Arca Real, uma holding que atende um mix de setores tão diversos quanto suas aplicações — do agro ao saneamento básico, alimentação e bebidas e saúde humana.

As empresas da holding

  • Effatha Agro
  • Arca Biotech
  • Effatha Digital
  • Effatha Crop Protection
  • Effatha InVitro Diagnostics
  • Effatha Human Health
  • Effatha Animal Health
  • Effatha Food & Beverages

Entre os negócios mais proeminentes da Arca Real está a empresa dedicada exclusivamente ao agronegócio, a Effatha Agro. Nesta frente, já tem clientes no Brasil, Colômbia e Paraguai e testes em andamento em outros 12 países, de pequenos agricultores a grandes indústrias do setor que aplicam a tecnologia de divisão de átomos para melhores colheitas.

Como funciona a tecnologia

A solução da Effatha consiste na separação (ou agrupamento) de átomos, a unidade básica para a constituição de toda matéria existente no planeta. Para ser mais claro, na prática, ao emitir ondas com frequências específicas, a tecnologia da empresa é capaz de reorganizar a constituição de átomos, alterando a configuração de um elemento.

No agronegócio, por exemplo, isso é feito com a ajuda de satélites que atuam por geolocalização e repercute em safras com maior facilidade em absorver alguns nutrientes do solo, menor quantidade de defensivos e consequentemente, melhores colheitas, explica Rodrigo Lovato, cofundador e CMO da Effatha Technology.

Ao todo, são mais de 100.000 hectares atendidos pela Effatha Agro, com destaque para o plantio de soja no Brasil. “Nosso portfólio de clientes é basicamente todos os envolvidos possíveis no mundo agrícola”, diz.

Marcelo Leonessa, Luzo Dantas Junior e Rodrigo Lovato, sócios da Arca Real (Effatha Agro/Divulgação)

Nova aplicação

Para levar a tecnologia agrícola a outras áreas com potencial similar, a Arca Biotech, divisão de saúde humana da holding, acaba de captar 4 milhões de dólares. O investimento vem do fundo brasileiro WinCapital, e pretende levar a lógica dos átomos para o tratamento de pacientes com câncer de cérebro e câncer de mama.

Neste primeiro momento, o investimento servirá para acelerar pesquisas de desenvolvimento em fases que antecedem a aplicação clínica, como testes in vitro e em animais. O trabalho ficará a cargo de cientistas no Hospital de Massachusetts, ligado ao instituto de pesquisas da Universidade de Harvard.

O racional por trás da aplicação segue o do agronegócio, mas com a diferença de limitar a multiplicação exacerbada de células cancerígenas, especificamente de tumores que atingem o cérebro e as mamas. No lugar dos satélites usados acima das plantações, anéis e outros acessórios “vestíveis” serão responsáveis por emitir as frequências para o corpo humano.

“A previsão é que este período de pesquisa demore leve três anos. Depois, devemos captar de novo para acelerar isso em larga escala”, diz Marcelo Leonessa, CEO da Effatha Technology.

O futuro da Arca Real

Mesmo com o sucesso no agronegócio — a expectativa é faturar R$ 50 milhões na próxima safra, que se encerra em abril— o esforço da holding será o de verticalizar a tecnologia para todas as áreas de negócio atendidas pelas empresas do grupo  — o que inclui companhias de serviços veterinários a empresas de água, saneamento básico e energia.

Escalar o negócio isso, porém, não depende apenas do bom desempenho do agro. Pelo contrário. Por contar com ciclos longos de colheita, o período de demonstração da tecnologia que a Effatha oferece aos agricultores acaba atrasando a velocidade de escala da empresa, visto que as indicações do serviço acontecem no boca a boca.

O desafio está na diversificação, afirma o CEO. “Agora, vamos crescer em número de clientes, variedade de culturas e setores. Os anos futuros devem ser muito promissores. Sem dúvida este ano será um marco, pois aplicações são infinitas”.

VEJA TAMBÉM

Unicórnio da logística, Frete.com anuncia aquisição em pool de R$ 300 milhões e mira pedágios

De olho em mercado bilionário, Bossanova cria comitê e passa a investir em startups de games

Últimas Notícias

Ver mais
Descarbonização: energia eólica offshore pode ser liderada pelo Brasil, diz secretário
ESG

Descarbonização: energia eólica offshore pode ser liderada pelo Brasil, diz secretário

Há 21 horas

Países da UE aprovam normas ambientais flexíveis para agricultores do bloco
EXAME Agro

Países da UE aprovam normas ambientais flexíveis para agricultores do bloco

Há um dia

Em crescimento acelerado, Mercado Livre vai colocar mais R$ 23 bilhões na operação brasileira
Exame IN

Em crescimento acelerado, Mercado Livre vai colocar mais R$ 23 bilhões na operação brasileira

Há 2 dias

Fávaro defende realocar recursos do Proagro para aumentar verba do seguro rural
EXAME Agro

Fávaro defende realocar recursos do Proagro para aumentar verba do seguro rural

Há 6 dias

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais