Emanuele Cappellano e Carlos Tavares, da Stellantis: marca é líder de mercado no Brasil, com 21,4% de participação (Stellantis/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 6 de março de 2024 às 14h27.
A rodada de anúncios de investimentos bilionários na indústria automotiva segue movimentada no país. Pouquíssimos dias depois da Toyota divulgar um aporte de 11 bilhões de reais na indústria brasileira, chegou a vez da franco-ítalo-americana Stellantis falar dos seus planos para o Brasil. A empresa, dona de conhecidas marcas como Fiat, Peugeot e Jeep, vai investir 30 bilhões de reais entre 2025 e 2030 na região da América do Sul. Segundo a empresa, trata-se do maior investimento na história da indústria automotiva brasileira da história.
O montante será usado para lançar 40 novos produtos até o final da década. Outra parte do valor bilionário será destinada ao desenvolvimento de novas tecnologias Bio-Hybrid, que combina eletrificação com motores flex movidos a biocombustíveis, especificamente etanol.
Assim como a Toyota e outras montadoras que anunciaram aportes recentes, o investimento mira a eletrificação (parcial ou total) das frotas.
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"Como parte fundamental da nossa estratégia de crescimento, a América do Sul assumirá um papel de liderança na aceleração da descarbonização da mobilidade, juntamente com nossos funcionários, nossa rede de fornecedores e nossos parceiros", diz o CEO da Stellantis, Carlos Tavares.
Serão implementadas quatro plataformas globais, associadas às tecnologias Bio-Hybrid, mais de 40 modelos, além de oito novos powertrains e aplicações em eletrificação”, afirma Emanuele Cappellano, COO da Stellantis para a América do Sul.
A estratégia da Stellantis é apostar cada vez mais em eletrificação. Mundialmente, a empresa está investindo cerca de 50 bilhões de euros (aproximadamente 270 bilhões de reais, na conversão atual) em eletrificação até 2030. A meta da empresa é ter zero emissão de carbono até 2038.
Uma das protagonistas deste investimento é a tecnologia Bio-Hybrid, que combina eletrificação com motores flex movidos a biocombustíveis. O polo dessa tecnologia no mundo fica em Betim, em Minas Gerais. Segundo a empresa, no futuro, a região também produzirá um veículo elétrico a bateria (BEV).
"As novas tecnologias híbridas e elétricas fortalecerão ainda mais a engenharia brasileira e da região, além da indústria nacional", diz a nota da empresa. "A tecnologia Bio-Hybrid é suportada por três powertrains híbridos que serão gradualmente produzidos e introduzidos no mercado. Essas novas tecnologias incluem a Bio-Hybrid; Bio-Hybrid e-DCT com transmissões eletrificadas de dupla embreagem; Bio-Hybrid Plug-In; e BEV (100% elétrico). As novas tecnologias híbridas começarão a ser disponibilizadas até o final de 2024".
A Stellantis é a líder nos três principais mercados na América do Sul: Brasil, Argentina e Chile. No ano passado, as vendas totais na região superaram 878.000 veículos, com 23,5% de participação no mercado. A companhia é líder em vendas no Brasil com 31,4% de participação no mercado, e mantém a liderança na venda de veículos comerciais leves na América do Sul, com 28,6% de participação no mercado. A picape Fiat Strada é o carro mais vendido no país e na região.
E a intenção da empresa é crescer por aqui. Na Argentina, por exemplo, a empresa adquiriu uma participação de 19,9% na Argentina Litio y Energía S.A. A intenção é garantir o fornecimento de matérias-primas para a produção de baterias sustentáveis. No Brasil, comprou recentemente a DPaschoal, tornando-se a maior distribuidora de peças automotivas na América do Sul.