Negócios

DocuSign cresce em 2021 e busca consolidação com serviços de IA em 22

Principal empresa de assinaturas eletrônicas no mundo cresceu em 2021 e projeta nova alta em nível global em 2022

 (DocuSign/Divulgação)

(DocuSign/Divulgação)

KS

Karina Souza

Publicado em 11 de março de 2022 às 17h39.

A DocuSign, empresa número um de assinaturas digitais no mundo, vai manter o pé no acelerador em 2022. Bala na agulha, não falta. Com crescimento global sólido desde 2018, a companhia registrou aumento de 45% em receita no último ano, para 2,1 bilhões de dólares. Impulsionada por um conjunto de pandemia, busca por mais eficiência e sustentabilidade, a multinacional acredita que será possível manter a trajetória de alta também em 2022. 

A maior parte da receita da companhia vem dos Estados Unidos e cerca de 24% vem de mercados de fora –  mas o mercado externo cresceu 55% de um ano para o outro. Aprofundando o olhar para a América Latina dentro desse contexto, a operação brasileira dobrou de tamanho em 2020 e repetiu o feito em apenas três meses de 2021. Em 2022, o foco de consolidação será o México. “Na nossa projeção, o país pode superar o Brasil em pouco tempo, pelo potencial de novos negócios que pode trazer”, diz Gustavo Brant,  vice-presidente da empresa para a América Latina.

O foco para atingir essa meta será investir em clientes nos mesmos setores responsáveis pela maior parte da geração de receita no Brasil: financeiro, de seguros, educação, saúde e varejo. No Brasil, que tem uma posição mais consolidada nessa vertical, a busca será pelo setor público, focando em companhias de capital aberto (bancos, empresas de utilities, água etc) e varejo. Pensando em novas formas de atrair clientes para esse serviço (porta de entrada do grupo), a DocuSign disponibiliza comodidades como assinatura de contratos via SMS, telefone e, desde o ano passado, via Zoom. Na plataforma de videochamadas, a verificação é feita por face ID ou certificado digital. Para 2022, o Slack, ferramenta de mensagens instantâneas da Salesforce, também deve ser integrado.

Globalmente, a frente de assinaturas digitais é a maior da companhia em receita, sendo responsável por mais de 90% do montante arrecadado anualmente. O comportamento deve se manter ao longo dos próximos anos, mas, para não esgotar a base de clientes de forma rápida em todos os países que entrar, a DocuSign tem diversificado a oferta de serviços, focando em trazer mais inteligência para o processo de contratos.

É o que deve acontecer no Brasil durante este ano, local em que o foco será explorar serviços de integração e gestão de contratos (área conhecida como Contract Lifecycle Management). Dentro dessa estratégia, os setores já atendidos pela companhia devem ter a preferência. "A quantidade de upsell que conseguimos ao agregar mais inteligência nos surpreendeu em 2021 e vamos continuar focando nesses serviços para atender à demanda em 2022", diz Gustavo. 

Hoje, a frente de serviços representa uma pequena parte da receita da DocuSign. Voltando aos números globais, ela está tem receita de 66 bilhões de dólares – enquanto as assinaturas são responsáveis por cerca de US$ 2 bilhões. Mas, em se tratando de uma oferta com maior valor agregado, a companhia visualiza a perspectiva de torná-la uma maior fatia do bolo ao longo dos próximos anos. Não à toa, em 2021, a companhia criou um programa chamado DocuSign Ventures, destinado a aportes e parcerias com startups que se dediquem a olhar para esse mercado. O movimento vem em seguida da aquisição da Seal Software, em 2020, por US$ 188 milhões.

Com a volta das pessoas ao escritório em 2022, a companhia acredita que essa será a estratégia correta para que empresas adotem cada vez mais a assinatura digital e estejam cada vez mais integradas ao ecossistema da companhia para gerenciar contratos do começo ao fim e continuar crescendo. A mudança de cenário da pandemia, somada a fatores macroeconômicos como o aumento dos juros, contudo, projeta um salto menor do que o do último ano em receita. Para o próximo ciclo fiscal, a projeção da DocuSign é de receita de US$ 2,4 bilhões. 

Além disso, diante da maior volatilidade dos mercados, a companhia, que tem a maior parte da receita originada nos Estados Unidos, anunciou a aprovação da recompra de ações em um valor limite de US$ 200 milhões em ações ordinárias. O programa ainda não tem data e pode ser suspenso a qualquer momento, mas já foi sinalizado pela companhia no fechamento do ano fiscal. 

Com o aumento dos juros e a consequente priorização de investimentos em renda fixa, a DocuSign quer garantir que o próprio valor de mercado fique preservado. Fato é que o mercado de assinatura de contratos pela internet expandiu na pandemia, com um aumento de quase 20 vezes, e até mesmo companhias brasileiras se beneficiaram da alta procura. Mas, em meio a um momento de mais racionalidade no investimento em renda variável, a companhia terá de provar que consegue entregar esse crescimento num novo mundo – ainda que continue se beneficiando da alta dos critérios ESG e da comodidade do trabalho híbrido. É a luta da DocuSign para provar que vale cada centavo. 

Acompanhe tudo sobre:EmpresasTecnologia da informação

Mais de Negócios

De hábito diário a objeto de desejo: como a Nespresso transformou o café em luxo com suas cápsulas?

Mesbla, Mappin, Arapuã e Jumbo Eletro: o que aconteceu com as grandes lojas que bombaram nos anos 80

O negócio que ele abriu no início da pandemia com R$ 500 fatura R$ 20 milhões em 2024

10 mensagens de Natal para clientes; veja frases