Dinheiro fácil do Banco do Brasil está acabando
O motivo é o aumento das taxas de juros
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2013 às 13h12.
Nova York - O Banco do Brasil SA está aumentando as taxas de juros mais rapidamente que seus pares do setor, um sinal de que os bancos estatais estão recuando após emprestar a um ritmo cinco vezes maior que os privados para reanimar o crescimento econômico.
O maior banco da América Latina em ativos aumentou as taxas para empréstimos corporativos com vencimento em mais de um ano em mais de 4 pontos porcentuais desde abril, para 16,7 por cento no final de agosto, segundo relatório do Credit Suisse Group AG com data de 22 de setembro. Isso contrasta com o aumento de 2,8 pontos porcentuais do setor. O Banco Central subiu os custos de empréstimos em 2,25 pontos porcentuais desde abril para 9,5 por cento.
O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, controlados pelo governo, registraram o pior retorno em bônus entre as empresas financeiras com nota de investimento do país neste ano devido à preocupação com a depreciação de seus padrões de empréstimo após a presidente Dilma Rousseff pressionar para ajudarem a impulsionar a economia.
Dilma agora está pedindo aos bancos que reduzam os empréstimos em uma tentativa de afastar um rebaixamento da nota pelo Moody’s Investors Service, que cortou sua perspectiva sobre a classificação do Brasil em 2 de outubro, em parte por causa do apoio do governo a bancos estatais.
“Os bancos públicos estão pisando no freio”, disse Jorge Augusto Hirs Saab, analista da Rio Bravo Investimentos, em entrevista por telefone. “Parece que houve um pedido para reverter em parte os empréstimos exagerados que eles vêm fazendo nos últimos dois ou três anos”.
Empréstimos de capital
O Banco do Brasil, com sede em Brasília, está subindo as taxas nos chamados empréstimos de capital de giro para acomodar o aumento dos custos de financiamento como resultado do aumento na taxa de referência Selic, disse o porta-voz Marco Tulio Bretas de Vasconcelos. O banco não tem política de aumentar os spreads, ou extra yield que cobra sobre seus custos de financiamento, disse ele.
O CEO Aldemir Bendine disse ao jornal O Estado de São Paulo em 18 de agosto que o banco não tinha mais espaço para reduzir taxas após os custos de referência de empréstimos subirem. Os spreads do banco permaneceram estáveis em cerca de 4,6 por cento, disse ele na entrevista. O Banco do Brasil confirmou que a declaração é fidedigna.
O Banco do Brasil havia cortado taxas de 18 por cento em fevereiro de 2012 para até 8,5 por cento em março de 2013, segundo o Credit Suisse.
‘Bastante agressivos’
O Banco Central está subindo os custos de empréstimo para conter a inflação, que por duas vezes excedeu o limite máximo de sua meta para este ano. Ele baixou a taxa básica 5,25 pontos porcentuais de agosto de 2011 a outubro de 2012, para uma baixa recorde de 7,25 por cento, em um esforço para impulsionar o crescimento.
Em um discurso em setembro de 2012, Dilma conclamou os bancos a ajudarem o Brasil cobrando spreads mais baixos, dizendo que eles poderiam reduzir mais as taxas de empréstimo ao consumidor baixando os ganhos a “níveis civilizados”.
Dilma disse em Nova York no mês passado que os bancos estatais do Brasil deveriam retornar a suas “vocações naturais” agora que as crises de dívida no exterior diminuíram.
“Alguns desses bancos foram bastante agressivos em empréstimos, esperando uma recuperação da economia, e essa recuperação não veio”, disse Mario Pierry, analista bancário do Deutsche Bank AG de São Paulo, em entrevista por telefone. “Nós esperamos que os bancos públicos enfrentem um ambiente mais desafiador em termos de qualidade de ativos no ano que vem”.
A proporção da dívida bruta do governo deverá crescer para cerca de 60 por cento do PIB, mais que os 45 por cento da mediana dos países com a mesma classificação, disse a Moody’s.
A situação fiscal do Brasil está forçando o país a reduzir o apoio a bancos estatais, disse Saab, da Rio Bravo.
“Isso tem um limite”, disse ele. “Os bancos precisam de capital para crescer e eles não podem continuar crescendo eternamente. A situação fiscal não é tão confortável”.
Nova York - O Banco do Brasil SA está aumentando as taxas de juros mais rapidamente que seus pares do setor, um sinal de que os bancos estatais estão recuando após emprestar a um ritmo cinco vezes maior que os privados para reanimar o crescimento econômico.
O maior banco da América Latina em ativos aumentou as taxas para empréstimos corporativos com vencimento em mais de um ano em mais de 4 pontos porcentuais desde abril, para 16,7 por cento no final de agosto, segundo relatório do Credit Suisse Group AG com data de 22 de setembro. Isso contrasta com o aumento de 2,8 pontos porcentuais do setor. O Banco Central subiu os custos de empréstimos em 2,25 pontos porcentuais desde abril para 9,5 por cento.
O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, controlados pelo governo, registraram o pior retorno em bônus entre as empresas financeiras com nota de investimento do país neste ano devido à preocupação com a depreciação de seus padrões de empréstimo após a presidente Dilma Rousseff pressionar para ajudarem a impulsionar a economia.
Dilma agora está pedindo aos bancos que reduzam os empréstimos em uma tentativa de afastar um rebaixamento da nota pelo Moody’s Investors Service, que cortou sua perspectiva sobre a classificação do Brasil em 2 de outubro, em parte por causa do apoio do governo a bancos estatais.
“Os bancos públicos estão pisando no freio”, disse Jorge Augusto Hirs Saab, analista da Rio Bravo Investimentos, em entrevista por telefone. “Parece que houve um pedido para reverter em parte os empréstimos exagerados que eles vêm fazendo nos últimos dois ou três anos”.
Empréstimos de capital
O Banco do Brasil, com sede em Brasília, está subindo as taxas nos chamados empréstimos de capital de giro para acomodar o aumento dos custos de financiamento como resultado do aumento na taxa de referência Selic, disse o porta-voz Marco Tulio Bretas de Vasconcelos. O banco não tem política de aumentar os spreads, ou extra yield que cobra sobre seus custos de financiamento, disse ele.
O CEO Aldemir Bendine disse ao jornal O Estado de São Paulo em 18 de agosto que o banco não tinha mais espaço para reduzir taxas após os custos de referência de empréstimos subirem. Os spreads do banco permaneceram estáveis em cerca de 4,6 por cento, disse ele na entrevista. O Banco do Brasil confirmou que a declaração é fidedigna.
O Banco do Brasil havia cortado taxas de 18 por cento em fevereiro de 2012 para até 8,5 por cento em março de 2013, segundo o Credit Suisse.
‘Bastante agressivos’
O Banco Central está subindo os custos de empréstimo para conter a inflação, que por duas vezes excedeu o limite máximo de sua meta para este ano. Ele baixou a taxa básica 5,25 pontos porcentuais de agosto de 2011 a outubro de 2012, para uma baixa recorde de 7,25 por cento, em um esforço para impulsionar o crescimento.
Em um discurso em setembro de 2012, Dilma conclamou os bancos a ajudarem o Brasil cobrando spreads mais baixos, dizendo que eles poderiam reduzir mais as taxas de empréstimo ao consumidor baixando os ganhos a “níveis civilizados”.
Dilma disse em Nova York no mês passado que os bancos estatais do Brasil deveriam retornar a suas “vocações naturais” agora que as crises de dívida no exterior diminuíram.
“Alguns desses bancos foram bastante agressivos em empréstimos, esperando uma recuperação da economia, e essa recuperação não veio”, disse Mario Pierry, analista bancário do Deutsche Bank AG de São Paulo, em entrevista por telefone. “Nós esperamos que os bancos públicos enfrentem um ambiente mais desafiador em termos de qualidade de ativos no ano que vem”.
A proporção da dívida bruta do governo deverá crescer para cerca de 60 por cento do PIB, mais que os 45 por cento da mediana dos países com a mesma classificação, disse a Moody’s.
A situação fiscal do Brasil está forçando o país a reduzir o apoio a bancos estatais, disse Saab, da Rio Bravo.
“Isso tem um limite”, disse ele. “Os bancos precisam de capital para crescer e eles não podem continuar crescendo eternamente. A situação fiscal não é tão confortável”.