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Cyrela e MRV devem puxar uma leve melhora das construtoras

As empresas do setor divulgam prévias operacionais, com dados sobre lançamentos e vendas

Destaques: as vendas da Cyrela cresceram 40%; enquanto a MRV teve o melhor segundo trimestre da história (Filipe Frazao/Thinkstock)
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EXAME Hoje

Publicado em 9 de agosto de 2018 às 07h03.

Última atualização em 9 de agosto de 2018 às 07h19.

O mercado de construção está se recuperando, mas lentamente. É o que os analistas esperam ver refletido nos balanços das incorporadoras, que começam a ser divulgados nesta quinta-feira. Cyrela, MRV e Tecnisa serão as primeiras a anunciar os seus resultados do segundo trimestre.

As empresas do setor divulgam prévias operacionais, com dados sobre lançamentos e vendas, o que permite que os analistas façam estimativas sobre seus resultados. De forma geral, os números são bons. As principais incorporadoras de capital aberto – Cyrela, Direcional, Even, EZTec, Tecnisa e MRV – tiveram aumentos de vendas de dois dígitos, em média, de abril a junho. Mas isso não será suficiente para fazer todas as companhias fecharem o trimestre no azul, na opinião dos analistas.

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Do lado positivo, os destaques devem ser Cyrela e MRV, as duas maiores incorporadoras listadas na bolsa. As vendas da Cyrela cresceram 40% no segundo trimestre, para 1 bilhão de reais. A alta deve fazer a companhia voltar a dar lucro. Os bancos Bradesco BBI, BTG Pactual, Itaú BBA, JP Morgan e Morgan Stanley, além da empresa de investimentos XP, estimam que o lucro ficará em torno de 20 milhões de reais de abril a junho, ante prejuízo de 141 milhões de reais no mesmo período do ano passado.

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A MRV teve o melhor segundo trimestre da história, com recordes tanto em lançamentos quanto em vendas. Os lançamentos aumentaram 28%, a 1,7 bilhão de reais. A média das estimativas do BTG Pactual, J.P Morgan, Morgan Stanley e XP Investimentos indica um crescimento de 14% no lucro da companhia. O BTG ainda estima uma rentabilidade sobre o patrimônio de 12% para a MRV. Especializada no mercado de baixa renda, a empresa é beneficiada pelo programa federal Minha Casa Minha Vida, que subsidia a compra de imóveis populares.

A Tenda, que também tem o Minha Casa Minha Vida como uma importante fonte de receita, deve apresentar números superiores ao segundo trimestre do ano passado. Bradesco BBI, Itaú BBA e J. P. Morgan acreditam que o lucro da empresa irá dobrar para cerca de 40 milhões de reais. A receita deve crescer por volta de 23%.

Já a Tecnisa deve continuar enfrentando dificuldades. Para os especialistas, a empresa deve reduzir o prejuízo, mas continuará no vermelho. A construtora está se reorganizando financeiramente após anos de prejuízos causados por erros estratégicos e de gestão, como excesso de lançamentos unidos com uma expansão geográfica desordenada. Nos últimos três anos, a empresa se concentrou em reduzir o estoque e diminuir o número de lançamentos – em 2017, por exemplo, não houve apresentação de novos projetos ao mercado.

As perspectivas para o setor são incertas. O início do mês trouxe um alento para as construtoras voltadas para o público de alta renda. O Conselho Monetário Nacional anunciou o aumento do limite para comprar imóveis usando o FGTS. De 850 000, o teto passou a ser 1,5 milhão de reais. “Cyrela, Eztec e Even poderão se beneficiar da decisão, já que possuem um grande estoque de imóveis devolvidos por clientes”, diz Raul Grego Lemos, analista da Eleven Financial Research.

O problema é a falta de clareza sobre a situação da economia, o que deixa os brasileiros pouco confiantes para fazer investimentos de prazo mais longo. “Mesmo com resultados melhores e sendo um setor que tem muito potencial, ainda é complicado apostar na retomada”, diz Pedro Galdi, analista da corretora Mirae.

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