Cosan tem prejuízo líquido de R$76 mi no 2º tri
No mesmo período do ano passado, a empresa reportou um lucro líquido de cerca de 280 milhões de reais
Reuters
Publicado em 9 de agosto de 2017 às 19h17.
Última atualização em 9 de agosto de 2017 às 21h27.
São Paulo - A empresa de energia e infraestrutura Cosan apresentou prejuízo líquido de 76 milhões de reais no segundo trimestre, frente a lucro líquido de cerca de 280 milhões de reais no mesmo período do ano passado, informou a companhia nesta quarta-feira.
Enquanto a Cosan foi afetada principalmente pelo menor resultado contábil e efeitos não recorrentes no segundo trimestre, a unidade de açúcar e etanol da empresa, a Raízen Energia, registrou uma moagem 14,4 por cento menor, para 19,2 milhões de toneladas.
A moagem do Raízen, joint venture da Cosan com a Shell, caiu devido ao clima mais chuvoso no começo do trimestre e forte base de comparação no ano anterior, quando houve antecipação do início da moagem para março de 2016, segundo relatório publicado juntamente com o balanço.
A produtividade dos canaviais também caiu, para 81 toneladas de cana por hectare, ante 92 toneladas/ha no mesmo período do ano passado, quando havia mais cana bisada (cana da safra anterior que ficou no campo ao longo da entressafra).
A Cosan disse que a produção da Raízen segue focada na maximização da produção de açúcar --o mix de cana no começo de safra atingiu 57 por cento para o adoçante (ante 55 por cento no mesmo período do ano passado)-- e na redução de custos.
As vendas de açúcar somaram cerca de 1,5 bilhão de reais, aumento de 21,6 por cento ante o mesmo período do ano passado, em função do crescimento de 7 por cento nos volumes vendidos e melhores preços médios.
"Vale ressaltar que houve maior concentração de revenda no trimestre, uma vez que o atraso na moagem reduziu a produção e, portanto, a disponibilidade de produtos próprios", disse a empresa.
A receita com as vendas de etanol, por sua vez, cresceu 28 por cento, para 1,6 bilhão de reais, explicada pelo maior volume vendido (+26 por cento) e maior preço médio realizado.
No caso do etanol, a concentração e priorização de revenda e trading foi ainda mais expressiva, reflexo da menor produção e estratégia de comercialização para a safra.
Na unidade da Raízen Combustíveis, a Cosan disse que "as vendas superaram novamente a média do mercado, reflexo da consistência da estratégia de crescimento com foco contínuo no relacionamento de longo prazo com a rede de postos revendedores".
O volume vendido no ciclo-otto (gasolina e etanol) cresceu 4 por cento no trimestre, enquanto as vendas de diesel cresceram 1 por cento.
A Cosan mencionou ainda que, diferentemente da dinâmica observada no segundo trimestre de 2016, quando os preços de etanol tiveram comportamento atípico, o trimestre foi marcado pela queda acentuada dos preços do biocombustível, comum no início da safra.
"Este efeito, combinado com reduções de preço de gasolina e diesel anunciadas pela Petrobras, gerou perdas de estoque neste trimestre, parcialmente compensadas pelo crescimento do volume vendido e pela eficácia da estratégia de suprimentos e comercialização", disse a empresa.
O Ebitda, indicador do resultado operacional, teve queda de 35,7 por cento para 804,2 milhões de reais. Mas em bases ajustadas, que excluem efeitos pontuais registrados no trimestre, o Ebitda subiu 11 por cento, para 1,1 bilhão de reais, com destaque para o melhor resultado normalizado da Comgás.
As vendas de gás natural no trimestre apresentaram crescimento nos segmentos industrial, residencial e comercial, disse a Cosan.
A Raízen manteve suas projeções de moagem de cana e produção de açúcar e etanol para a safra 2017/18.