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Como o comércio eletrônico cresceu — e mudou — no meio da pandemia

O faturamento das vendas digitais atingiu 20,4 bilhões de reais no primeiro trimestre do ano, alta de 26,7%

(Getty Images/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2020 às 16h00.

Última atualização em 9 de abril de 2020 às 18h07.

O cenário já é conhecido: com lojas fechadas e pessoas trabalhando de casa, o comércio eletrônico é uma alternativa buscada durante a pandemia do coronavírus. A novidade é o comportamento do consumidor. Mais do que aumentar as compras pela internet, o seu modo de consumir também mudou no último mês, com impacto nos dados de todo o primeiro trimestre.

De acordo com levantamento realizado pela Compre&Confie, empresa de inteligência de mercado para o comércio eletrônico, o faturamento das vendas digitais atingiu 20,4 bilhões de reais no primeiro trimestre do ano, alta de 26,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

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Foram feitos 49,8 milhões de pedidos no período, número 32,6% maior do que o do primeiro trimestre de 2019.

Apesar da alta, os consumidores estão gastando menos em cada compra online. O tíquete médio dos pedidos no primeiro trimestre foi de 409,50 reais, 4,5% menos do que o registrado nos três primeiros meses do ano anterior.

Com a pandemia, "cada vez mais pessoas optam por adquirir pela internet itens de necessidade básica, como produtos de supermercado ou de farmácia. Enquanto isso, itens de maior valor agregado, como eletrônicos, ficam em segundo plano. Essa conjuntura ajuda a explicar a queda do tíquete médio no período”, explica André Dias, diretor executivo da Compre&Confie, em nota.

Categorias e frete

O setor viu um aumento expressivo das vendas de produtos de higiene e saúde, especialmente no mês de março.

No mês passado, os campeões de venda foram gel antisséptico e material de limpeza, cujo volume de pedidos subiu 4.261% e 2.520%, respectivamente. Logo atrás vêm lente de contato/acessórios e termômetros. Naquele mês, o faturamento de pedidos no segmento de saúde mais que dobrou, crescendo 110%, enquanto o número de pedidos em si cresceu 67%. Ou seja, as pessoas pediram mais vezes e, sobretudo, gastaram mais em cada pedido.

Já no trimestre como um todo, tiveram destaque as categorias de artigos para casa, eletrodomésticos e produtos de ventilação, suplementos e itens de esporte e lazer, móveis e a categoria construção e decoração.

De acordo com a Compre&Confie, outro fator que destoa das tendências observadas anteriormente é a redução do valor do frete. O preço médio do serviço teve redução de aproximadamente 6% em relação ao mesmo período de 2019, chegando a uma média de 21,06 reais. As promoções, saldões e a Semana do Consumidor, que usam frete grátis como atrativo e estratégia de vendas, levaram a essa redução.

Compras internacionais

Além do cenário nacional, no último ano, o consumidor brasileiro também comprou mais em sites estrangeiros. De acordo com uma pesquisa conduzida pela Compre&Confie com 2.397 consumidores, no último ano, sites estrangeiros faturaram 6,1 bilhões de reais. O resultado reflete os 59,5 milhões de compras realizadas durante todo o ano e o tíquete médio registrado, de 102 reais.

“Apesar de significativos, os números ainda não trazem preocupações para os varejistas locais”, diz Dias. No mesmo período, o e-commerce brasileiro movimentou mais do que dez vezes, 75,1 bilhões de reais, e concentrou mais de 178 milhões de pedidos de compra.

No último ano, 14,1 milhões de consumidores fizeram pelo menos uma compra online em sites estrangeiros. A média é de quatro compras por consumidor nessas plataformas durante todo o ano. Entre as categorias mais compradas estão: eletrônicos (destacada por metade dos compradores), seguida por telefonia (28,7%) e por moda e acessórios (21,4%).

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