Como é a hora do almoço em 7 empresas
Muitas empresas oferecem, em vez de tíquete alimentação, restaurantes internos para seus colaboradores. Veja como eles funcionam em sete empresas diferentes
Luísa Melo
Publicado em 8 de agosto de 2013 às 15h19.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h30.
São Paulo - A hora do almoço de uma empresa, ou seja, os benefícios que ela oferece para a alimentação , muitas vezes reflete o cuidado com os seus funcionários. Grande parte das que têm restauntes internos, está preocupada em oferecer refeições balanceadas e investe em melhorias e veriedades nos cárdápios. Veja casos de sete empresas de diferentes ramos, pesquisados por EXAME.com.
O restaurante interno do hotel Hyatt, em São Paulo, é batizado de Café Sampa e o cardápio é elaborado de acordo com o servido a quem pernoita por ali. “A ideia central é transmitir para os colaboradores a mesma sensação que tem um hóspede da casa”, conta o diretor de recursos humanos da empresa, Miguel Angel Bermejo. Todos os dias, são servidas aos 680 colaboradores cerca de mil refeições, entre café da manhã, almoço e jantar. No cardápio sempre há opções de seis tipos de saladas, uma massa ou outro carboidrato, carnes, dois tipos de arroz e feijão. Além disso, é possível pedir um grelhado, seja de carne vermelha, frango ou peixe. Há também sucos e refrigerantes comuns e lights e água sempre disponíveis.Para a sobremesa, além das frutas, as opções são os bolos e chocolates (os mesmos servidos aos hóspedes), que tem quantidade limitada.Periodicamente, o hotel organiza um festival temático sobre algum país. “Nesse caso trazemos não só a comida local como fotos do lugar para que as pessoas tenham uma certa conexão com a comida”, diz Bermejo. Além dos pratos dos festivais, a feijoada, servida todas as quartas-feiras, é sucesso entre os funcionários. Mensalmente, é realizada uma pesquisa interna sobre a qualidade das refeições. Na última, o nível de satisfação chegou a 98%, segundo o hotel. Para desfrutar das três refeições diárias, os colaboradores contribuem com 7 reais mensais, descontados em folha.
No restaurante da mineradora Sama, em Minaçu - GO, toda a comida é balanceada e segue a linha do projeto “perca peso e ganhe saúde”. No cardápio principal, que é enviado semanalmente a todos os colaboradores, sempre há opção de dois tipos de carne, diversas saladas, duas sobremesas e uma fruta. Há também opções light para quem deseja ter uma alimentação ainda mais saudável. Quem é vegetariano, ainda pode pedir um ovo ou omelete, preparados sob encomenda. “Também temos uma preocupação em investir nas pessoas que trabalham no restaurante, para que elas preparem a comida com carinho e ela pareça caseira”, diz Moacyr de Melo Junior, gerente de recursos humanos da companhia.O restaurante tem capacidade para atender até 240 pessoas simultaneamente e serve cerca de 1,3 mil refeições por dia - distribuídas entre café da manhã, almoço e ceia. Um dos pratos preferidos na Sama é a feijoada light, servida toda sexta-feira com acompanhamento até de uma capirinha. Outro que faz sucesso entre os funcionários é a mesa de massas. A empresa emprega 715 pessoas, todas podem usufruir do restaurante. Para os colaboradores de turno (476), as refeições são gratuitas. Já os funcionários da área administrativa contribuem com um valor que varia de 0,25 reais a 2,22 reais por refeição, dependendo da faixa salarial. Após cada refeição, o colaborador é convidado a avaliar o cardápio do dia. Segundo a empresa, a média do nível de satisfação com o restaurante fica acima de 90%.
Há cinco anos, a Ford no Brasil resolveu enfrentar o desafio de oferecer refeições mais saudáveis em todas as suas fábricas. Desde então, foram criadas linhas diferenciadas de alimentos. A principal delas é a salada fácil, que oferece diversas opções de folhas, legumes, verduras e sementes. Além dessa, há a linha grill, em que são servidos grelhados. Há também a linha cozinha show, com pratos saudáveis mais elaborados como risoto de arroz integral e diferentes tipos de peito de frango. Para quem não abre mão da comida tradicional brasileira, há sempre a opção do arroz com feijão e um acompanhamento típico. Os refrigerantes e sucos light também podem ser consumidos à vontade e há também frutas e sobremesas sempre disponíveis. “ Nós apostamos que o bem estar e a saúde das pessoas contribuem para a sua produtividade, por isso reduzimos em 15% o uso de sal nas refeições, colocamos opções de carne branca no grill e reduzimos em 20% o açúcar do café”, conta o gerente de relações trabalhistas e saúde para a Ford América do Sul, Ernesto Huerta. Em todos os restaurantes, refeições especiais são elaboradas para comemorar os aniversários do mês e datas como dia das mães, dia dos pais e natal. Em todas as fábricas do Brasil, são servidas cerca de 18 mil refeições diárias, aos 11,5 mil colaboradores da Ford. As refeições são uma coparticipação entre a empresa e o funcionário, mas o valor pago por elas não é divulgado.
No principal prédio da fabricante de tintas, em Mauá (SP), onde trabalham 600 dos 1200 funcionários, são servidos em média 380 cafés da manhã e 980 refeições diariamente – cerca de 590 almoços, 200 jantares e 190 ceias. No cardápio principal há sempre quatro tipos de saladas, arroz branco e integral, uma massa, uma guarnição, sopa e dois tipos de grelhado. Para os que estão de dieta, vegetarianos ou apenas querem ter uma alimentação mais balanceada, a opção é a sessão “bem estar”, que conta com alimentos light. Diariamente, também são oferecidos sucos e refrigerantes. Para os que estão com o tempo contado, há também opções de lanches durante o horário de almoço. “Prezamos pelo bem-estar do funcionário, e por isso investimos muito na alimentação.A fábrica de Mauá fica em um local distante, muitos deles fazem do restaurante o seu único local de refeição”, afirma o diretor de recursos humanos da Coral, Ivo Locci.Entre os pratos que não podem faltar estão a parmegiana e a tradicional feijoada. “É preciso ter pelo menos uma vez por mês”, diz Locci. Os almoços comemorativos (em datas como dia das mães, festa junina e natal) também fazem sucesso entre os colaboradores. Ao fim de cada refeição, o funcionário é convidado a avaliar o cardápio, e o resultado geralmente é de satisfação, segundo Locci. Além disso, há um espaço na rede interna da empresa em que é possível enviar sugestões de pratos diretamente para a nutricionista que cuida do restaurante. Trimestralmente, um comitê de cardápio formado por um representante de cada setor, o RH e a nutricionista, também se reúne para planejar o que vai ser oferecido. As refeições são parcialmente subsidiadas pela Coral: no café da manhã, cada funcionário contribui com cerca de 0,50 reais e no almoço, o preço é de em média 1,49 reais, variando proporcionalmente à faixa salarial.
No edifício da sede da rede de distribuidora de combustíveis Ipiranga, no Rio de Janeiro, são servidas cerca de 800 refeições diárias, para os 850 funcionários. Somados todos os prédios, a companhia tem 2500 colaboradores. O restaurante tem capacidade para atender a 150 pessoas simultaneamente. Para o almoço há sempre oito tipos de saladas, guarnições, três proteínas e especiarias light. Além disso, há também quatro tipos de fruta, quatro de sobremesas e quatro tipos de fruta. “Não oferecemos refrigerante para privilegiar o balanceamento nutricional do restaurante”, diz o gerente do departamento de administração de pessoal e benefícios da Ipiranga. Todos os colaboradores almoçam no mesmo local, sem distinção por nível e a contribuição é de 2 reais por refeição, que pode ser consumida à vontade. Periodicamente, há almoços temáticos em datas como o dia dos pais, dia das mães, festa junina e natal. Na lista dos pratos que não podem faltar estão a picanha com batata frita, a comida japonesa, a dobradinha e a feijoada. Entre as sobremesas, o destaque vai para o cheesecake de amora e o sorve. “Geralmente esses pratos são servidos nos dias de pagamento, no fim do mês, para incentivar o funcionário a frequentar o restaurante”, conta Andreatta. Segundo a última pesquisa de satisfação realizada pela Ipiranga, que é feita a cada dois anos, as avaliações positivas para o restaurante ficaram acima de 90%.