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Como a princesa do energético do Brasil quer ganhar o mundo com uma marca criada no interior de SC

Foco é no maior mercado de bebidas energéticas do mundo, a América do Norte

Dayane Titon Cardoso, diretora comercial e de marketing da Baly: "“A marca Baly está em constante expansão no mercado nacional e temos o potencial de um enorme crescimento no mercado internacional” (Baly/Divulgação)
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 1 de novembro de 2024 às 08h08.

Última atualização em 1 de novembro de 2024 às 16h32.

A fabricante brasileira de energético Baly, empresa de Tubarão, no sul de Santa Catarina, está com energia para ganhar o mundo. A marca, o principal nome nacional no setor liderado por gigantes estrangeiras (como a Red Bull, da Áustria, e o Monster, dos Estados Unidos) está com um plano de expansão internacional andando de vento em popa.

Após se estabelecer no Uruguai e no Paraguai, a empresa vai pousar agora nos Estados Unidos. Chegam ainda em 2024 os primeiros energéticos do grupo na Flórida (Estados Unidos), no México e no Chile.

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O movimento faz sentido: a América do Norte, onde estão os Estados Unidos e o México, é responsável pela maior participação no mercado de bebidas energéticas no mundo. A estimativa é que, dali, girem 21 bilhões de doláres em 2024, patamar que deve chegar a 25,3 bilhões de dólares até 2029.

“A marca Baly está em constante expansão no mercado nacional e temos o potencial de um enorme crescimento no mercado internacional”, diz Dayane Titon Cardoso, diretora comercial e de marketing da Baly.

Filha de um dos fundadores da empresa, Mário Cardoso, ela é diretora comercial e de marketing da Baly. Assumiu a operação junto com o irmão, que também se chama Mário, em 2017. Desde então, “não pararam de crescer”, segundo a executiva. Nos últimos quatro anos, as vendas saltaram 17 vezes.

“Desde 2017, tivemos crescimentos audaciosos”, afirma Dayane. “Crescemos acima do mercado na categoria. Tudo isso aconteceu com muitas estratégias, com um trabalho árduo de conquista de clientes, novos produtos e de manutenção do consumidor”.

Não deu outra: o resultado veio e Dayane se tornou, praticamente, a rainha (ou princesa, já que é filha do fundador) dos energéticos no Brasil. Quem sabe do mundo, no futuro.

Qual a história da Baly

Se hoje o carro-chefe da empresa é o energético, a história da Baly começa com outro tipo de bebida. Quando Mário Cardoso e o sobrinho criaram o negócio, em 1997, a ideia era comercializar cachaças e vinhos. E foi o que fizeram por mais de 10 anos.

O negócio de energéticos pintou na empresa no Carnaval de 2009. Na época, surgiu a oportunidade de comercializarem a bebida em embalagens PET, algo pouco comum até então. O que bombava mesmo no setor eram as latinhas.

“A chegada das garrafas PET às prateleiras democratizou a bebida entre novos consumidores, especialmente nos grupos de amigos e famílias”, afirma a executiva.

A ideia deu certo e o negócio escalou, a ponto do energético se tornar o carro-chefe do negócio. A cachaça e o vinho, por sua vez, foram deixados de lado. A empresa só voltaria a lidar com bebidas alcóolicas em 2017, quando lançou uma linha de cervejas.

Hoje, a Baly tem duas unidades. Uma fábrica numa área de 30.000 metros quadrados de área construída em Tubarão e outra, de 20.000 metros quadrados, em Treze de Maio. São quase 1.000 funcionários diretos.

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Como a empresa cresceu de tamanho nos últimos anos

Quando Dayane e Mário assumiram a operação, em 2017, decidiram olhar fundo para a concorrência e, principalmente, para quais eram as demandas do público. Uma das mais urgentes era por produtos saborizados, que já começavam a chegar nas concorrentes multinacionais.

“Como temos produção nacional, conseguimos preços mais competitivos e ajudamos a democratizar o mercado de sabores, que era carente”, afirma Dayane. “Durante a pandemia, isso ficou muito claro. Fomos lançando vários sabores diferentes, e todos com aderência do público”.

Hoje, a Baly tem energéticos de sabores como:

“Apostamos nos sabores e fomos além da concorrência”, diz. “Hoje, temos diversos sabores que são brasileiros, escolhidos pelo cliente brasileiro. É um atributo que acredito fortemente que nos fez chegar até aqui”.

Outro ponto destacado pela executiva é a proximidade que a equipe comercial tem com os pontos de venda. “Valorizamos muito onde o produto está”, afirma. “Estamos gastando bastante sola de sapato para saber o máximo de necessidade que o cliente tem, e o ponto de venda dá muitas informações, da necessidade às ausências”.

Uma ausência relatada pelos clientes era de um produto com maçã verde. A equipe da Baly identificou que os bartenders usavam muito xarope de maçã verde para preparar drinques, e resolveu já fazer o energético saborizado.

“Outro exemplo: dobramos o faturamento da empresa com o tropical, porque percebemos que o ponto de venda tinha carência grande deste produto de maneira mais econômica”, afirma. “O ponto de venda é onde tudo acontece”.

O lançamento de novos produtos também fez com que a Baly criasse um suplemento de vitaminas para crianças. É uma bebida com ferro, magnésio e zinco, vitaminas A e Complexo B e levemente gaseificada. Já foram vendidos mais de 6 milhões de latas de Baly Kids.

“As crianças desejam pertencer aos momentos de lazer dos adultos, por isso, ter seu próprio Baly já cria uma conexão com a marca desde cedo, assim teremos renovação dos consumidores com o passar dos anos”.

Para o futuro, também está apostando numa linha de isotônicos, recém-lançados. São os Baly Hidrate. Inicialmente, serão três sabores: tangerina, limão e melancia, oferecidos em garrafa PET de 500ml, e com a identidade dos sabores Baly.

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