Negócios

Comissários da Latam fazem manifestação em GRU contra demissões

Grupo de tripulantes da aérea se reuniu hoje no aeroporto Internacional de Guarulhos em favor da garantia de manutenção dos empregos

Manifestação tripulantes da Latam em Garulhos, contra demissões (./Divulgação)

Manifestação tripulantes da Latam em Garulhos, contra demissões (./Divulgação)

Janaína Ribeiro

Janaína Ribeiro

Publicado em 6 de agosto de 2020 às 17h37.

Última atualização em 6 de agosto de 2020 às 18h27.

Um grupo de pilotos e comissários da Latam se reuniu hoje no aeroporto Internacional de Guarulhos em manifestação contra a aérea que recentemente anunciou a demissão de ao menos 2.700 tripulantes. Diferentemente das companhias Azul e Gol, que fizeram um acordo coletivo de redução salarial e de jornada até 31 de dezembro de 2021, a Latam não aceitou a proposta de acordo para redução salarial temporária, mas apenas se fosse permanente.

Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas, a  posição da Latam é ilegal à luz da legislação trabalhista, já que o período máximo para um acordo de redução vale por dois anos, com a devida redução de jornada e a manutenção dos empregos, a exemplo também da MP 936. "O que a companhia está fazendo é ilegal, e de certa maneira uma chantagem, já que se aproveitam da crise e da situação para colocar a faca no pescoço dos seus funcionários que querem manter seus empregos", disse o comandante Ondino Dutra, presidente do sindicato, à Exame.

Ainda segundo Dutra, não teve na história do país funcionários lutando para que o salário fosse reduzido em troca da garantia do emprego.

Segundo comissários que estavam no local, a reivindicação é pela possibilidade de abertura de um programa de licença não remunerada voluntária, a manutenção dos postos de trabalho e uma proposta de acordo temporário. A manifestação iniciou às 12h desta quinta, em frente ao check in da Latam no Terminal 2 de Guarulhos. Ainda segundo os funcionários, este é um movimento sem uma liderança única que surgiu nos grupos de tripulantes indignados com a situação dos aeronautas da Latam.

Procurada por Exame, a Latam reforçou que "sempre esteve aberta ao diálogo e buscou minimizar os impactos causados pela covid-19 no setor aéreo, procurando preservar os empregos". 

Veja abaixo, nota na íntegra da Latam:

"A Latam informa que, após a confirmação do resultado da assembleia conduzida pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) na última sexta-feira (31/7), teve a proposta de futura alteração do modelo de remuneração rejeitada e iniciou o processo de redução do quadro de tripulantes.  

Desde 31/7 até o dia 4 de agosto a empresa abre processo de pedido de demissão voluntária (PDV) e, após essa data, serão iniciados os desligamentos de no mínimo dois mil e setecentos tripulantes. 

A pandemia do COVID-19 representa a maior crise de saúde pública da história e está afetando drasticamente toda a indústria mundial da aviação. A LATAM é a maior e mais antiga das três empresas que atuam no Brasil e remunera mais os tripulantes tanto em voos domésticos quanto em internacionais, por isso, a empresa tem a necessidade de equiparar-se às práticas do setor. Diversas vezes essa pauta foi objeto de negociação com o sindicato, contudo a atual crise torna essa medida ainda mais imprescindível para a LATAM.   

 A empresa sempre esteve aberta ao diálogo com o objetivo de preservar o máximo de empregos possíveis e manter a sua sustentabilidade no longo prazo."

Entenda

No dia 31 de julho, a Latam anunciou o desligamento de no mínimo, 2.700 tripulantes da companhia aérea no Brasil. A empresa justifica as demissões devido à crise causada pela pandemia do novo coronavírus no setor aéreo.

Protesto em Guarulhos dos funcionários da Latam

 

Acompanhe tudo sobre:Aeroporto de GuarulhosAviaçãoCoronavírusDemissõesLatamsao-paulo

Mais de Negócios

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia

"Bar da boiadeira" faz investimento coletivo para abrir novas unidades e faturar R$ 90 milhões

Haier e Hisense lideram boom de exportações chinesas de eletrodomésticos em 2024