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Comando da Fosfertil é estratégico para Bunge e Cargill

Entenda por que a questão levou as companhias aos tribunais

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

Recentemente, a disputa entre as americanas Bunge e Cargill, rivais no setor de agronegócio, ultrapassou o limite do campo e foi parar nos tribunais. No centro da batalha está a Fosfertil - maior produtora de matérias-primas para fertilizantes do país, na qual Bunge e Cargill (esta por meio de sua controlada, Mosaic) são sócias. Primeiro, a Bunge destituiu os representantes da Cargill dos conselhos de administração da Fosfertil e da holding que controla a empresa. Agora tenta uma fusão com a fabricante de matérias-primas. Sentindo-se traída pela rival, a Cargill entrou na justiça para tentar reconduzir seus representantes aos conselhos e, assim, barrar a proposta de fusão.

A dimensão da briga travada pelas duas gigantes do agronegócio pode ser justificada pelas boas perspectivas para o setor nos próximos anos. "Em algumas décadas a produção de alimentos será concentrada nos países emergentes", diz Fábio Silveira, sócio da RC Consultores. "O Brasil, por ter grande disponibilidade de terras agricultáveis, terá contribuição decisiva para expansão do mercado mundial de fertilizantes." Estudos mostram que há cerca de 100 milhões de hectares de terra prontos para entrar em produção, a maior reserva disponível do planeta. Além disso, a previsão é que a safra de grãos salte dos atuais 120 milhões de toneladas para 220 milhões de toneladas em 2010.

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Quem tiver o comando da Fosfertil terá maior controle sobre a distribuição de fertilzantes, garantindo, conseqüentemente, um recebimento maior na quantidade de grãos. No Brasil, o mercado de fertilizantes é dominado pela Bunge há alguns anos. No mais recente levantamento feito sobre a participação das empresas nesse setor, em 2005, a Bunge aparece com 28% do mercado. A Cargill - que até dois anos atrás era a segunda colocada no ranking, com cerca de 11% - perdeu posições e se distanciou ainda mais da sua maior rival, ocupando o quarto lugar, com 8% do mercado. A Fertipar aparece na segunda colocação, com 13%, seguida da Heringer, com 9% do mercado de fertilizantes.

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