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Com Macri, surge primeiro argentino bilionário de tecnologia

Esse apetite pela expansão transformou o MercadoLibre na mais valiosa empresa de capital aberto com sede na Argentina

Marcos Galperin: com participação de 9,6% na empresa, Galperín possui um patrimônio líquido de US$ 1 bilhão (Germano Lüders/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2016 às 21h58.

São Francisco - Quando o presidente da Argentina, Mauricio Macri , precisou de um lugar para promover sua visão sobre como reanimar a economia do país, ele escolheu o escritório de Buenos Aires do MercadoLibre , o maior mercado online da América Latina.

Ao seu lado estava o fundador e CEO da empresa, Marcos Galperín, de 45 anos, que usou o evento de agosto para revelar planos de investimento de US$ 100 milhões que, segundo ele, gerarão 5.000 empregos na região.

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O anúncio veio junto com o anúncio de um escritório de 33.000 metros quadrados em São Paulo equipado com sala de massagem, mesas de pingue-pongue e painéis solares no telhado.

“Sempre que encontro com Marcos ele diz: ‘precisamos de mais metros quadrados’”, disse Macri à multidão de jornalistas, ao promover suas reformas para encorajar as startups.

Esse apetite pela expansão transformou o MercadoLibre -- negócio que inclue o site MercadoLivre.com.br no Brasil -- na mais valiosa empresa de capital aberto com sede na Argentina, com um valor de mercado de US$ 8,3 bilhões e receita de US$ 651,8 milhões no ano passado.

Com participação de 9,6 por cento na empresa, Galperín, que se formou na Universidade de Stanford, possui um patrimônio líquido de US$ 1 bilhão, segundo o índice Bloomberg Billionaires. Ele preferiu não comentar sobre sua fortuna.

O executivo da tecnologia é o segundo argentino a alcançar o status de bilionário neste ano, quando as ações do MercadoLibre atingiram um recorde de US$ 191,25 na Nasdaq na semana passada.

O financista Jorge Horacio Brito se tornou bilionário em agosto, quando as ações do Banco Macro dispararam com o entusiasmo de Wall Street com as políticas do governo argentino, abertas às finanças.

Vale do Silício

O MercadoLibre tem raízes no Vale do Silício, na Califórnia, onde Galperín estudou durante o boom das pontocom nos anos 1990.

Em Stanford, certa vez ele se ofereceu para levar John Muse, cofundador da empresa de private equity HM Capital Partners, de carro até seu avião particular após uma palestra do investidor na escola de negócios.

No caminho para o aeroporto, do banco do motorista, ele falou do MercadoLibre para Muse, errando o caminho de propósito para ter um pouco mais de tempo de conversa antes de deixá-lo no terminal.

“Ele pegou sua mala e disse: ‘eu gostaria de investir na empresa’”, contou Galperín à Bloomberg, em 2007.

Galperín criou a empresa em uma garagem de Buenos Aires naquele ano, no auge da bolha pontocom. Dois anos depois o eBay comprou uma participação de 20 por cento e concordou em não competir na América Latina por pelo menos cinco anos.

O eBay continua sendo o maior acionista. Na sequência veio uma abertura de capital, em 2007, em um momento em que o MercadoLibre se expandia para mais e mais mercados.

O cofundador e colega de sala Hernán Kazah, que possuía uma participação de 1,9 por cento na época da abertura de capital da empresa, em 2007, saiu em 2011 para criar a empresa de capital de risco Kaszek Ventures.

A Argentina representou 32 por cento das receitas do MercadoLibre no primeiro semestre de 2016 e o Brasil, 51 por cento.

O México é o terceiro maior mercado e representa 6,3 por cento da receita, enquanto outros 16 países, incluindo Chile, Equador e Bolívia, fecham a conta.

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