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Coca-Cola distribuirá Heineken até 2022

Questão da distribuição traz problemas a ambas as empresas; para a Coca, eles conseguem ser ainda maiores

Heineken: contrato com o Sistema Coca-Cola reúne 13 empresas (Eric Gaillard/Reuters)

Heineken: contrato com o Sistema Coca-Cola reúne 13 empresas (Eric Gaillard/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de novembro de 2019 às 07h37.

São Paulo — A briga entre duas gigantes das bebidas no Brasil chegou ao fim. Uma decisão do tribunal arbitral do Rio de Janeiro determinou que a Heineken mantenha a Coca-Cola como distribuidora de suas cervejas até 2022, conforme contrato que vigora entre as duas companhias.

Em 2017, depois de comprar a Brasil Kirin, a Heineken tentou abandonar o acordo com a Coca-Cola, para usar a estrutura de distribuição que herdou do grupo japonês (que, por sua vez, teve origem na brasileira Schincariol). A sentença consta de fato relevante divulgado nesta quinta-feira (31), pela Coca-Cola Femsa.

O contrato entre Heineken e o Sistema Coca-Cola reúne 13 empresas. Amparadas por uma liminar, as distribuidoras da marca de refrigerantes mantiveram a entrega das marcas da Heineken — o portfólio inclui ainda Kaiser, Amstel, Bavaria, Xingu e Sol.

A decisão garantiu o cumprimento do contrato até que as duas partes resolvessem a questão — o que ocorreu agora. Como a Heineken cumpriu a liminar, não caberá multa ou outra sanção à cervejaria.

Guerra da distribuição

A questão da distribuição traz problemas a ambas as empresas. No caso da Heineken, o sistema herdado da Kirin era pulverizado e, segundo fontes do setor de bebidas, havia insatisfação por parte desses parceiros. Nos últimos anos, por causa da liminar, eles continuaram a distribuir apenas o portfólio que veio da Kirin. Para a Coca-Cola, o problema é ainda maior: isso porque é comum que distribuidoras de refrigerantes também ofereçam aos clientes uma opção de cerveja.

Foi por essa razão que um distribuidor da Coca-Cola em Minas Gerais, Luiz Octávio Possas Gonçalves, criou a Kaiser, em 1982. A Heineken era sócia dessa cervejaria desde os anos 1990, mas comprou o controle em 2007.

Mesmo com a proibição da "venda casada" de bebidas, a noção dos distribuidores é de que as vendas da Coca-Cola poderão ser prejudicadas caso ela fique sem marcas de cerveja para oferecer a bares e restaurantes. A tendência, de acordo com fontes, é que a Coca-Cola busque uma opção de cerveja - por um nova parceria ou por uma marca a ser criada - até 2022.

Procurada, a Heineken enviou o seguinte comunicado: "O Grupo Heineken no Brasil informa que recebeu a decisão final do processo de arbitragem entre a Cervejarias Kaiser, empresa pertencente ao Grupo, e o Sistema Coca-Cola Brasil, e que sua equipe jurídica está analisando o conteúdo".

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