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China apela aos apaixonados para estimular o consumo

Com o varejo em queda desde o início da pandemia, lojas tentam impulsionar as vendas no Dia dos Namorados

China: vendas do varejo caíram 7,5% em abril

China: vendas do varejo caíram 7,5% em abril

DR

Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2020 às 06h29.

Última atualização em 20 de maio de 2020 às 06h51.

Nos últimos 30 dias, segundo dados oficiais, apenas duas pessoas morreram de covid-19 na China, o que não é quase nada num país de 1,4 bilhão de habitantes. A pandemia do novo coronavírus parece ter dado uma trégua no país, mas a vida ainda está longe do normal.

Os consumidores continuam com receio de ir às compras, o que fez com que as vendas no varejo em abril caíssem 7,5% em relação ao mesmo mês de 2019. Foi o quarto mês consecutivo de queda nas vendas. Para convencer os chineses a voltar às compras, muitas lojas estão apostando no Dia dos Namorados, que é comemorado nesta quarta-feira (20) no país.

Hoje, na verdade, é apenas um dos Dias dos Namorados na China. O outro é comemorado em data mais tradicional, 14 de fevereiro, o Dia de São Valentim, como acontece em vários países. Mas há alguns anos os varejistas chineses perceberam a oportunidade de criar uma nova data para estimular o consumo principalmente dos mais jovens, que em suas trocas de mensagens pelo celular costumam digitar o número 520 como uma forma abreviada de dizer “Eu te amo”.

A pronúncia dos algarismos 5-2-0 em mandarim lembra alguma coisa da frase em inglês “I love you”. Bingo! O 5/20 (20 de maio) virou um novo dia para os jovens enamorados chineses darem presentes a seus parceiros.

Várias marcas estrangeiras de luxo, como Hermés, Cartier, Givenchy e Michael Kors, lançaram campanhas publicitárias em mídias sociais nos últimos dias e estão oferecendo artigos com descontos. A Tmall, site de comércio eletrônico do grupo Alibaba, está oferecendo promoções de itens como roupas, cosméticos e eletrônicos.

A dúvida é se os descontos serão suficientes para convencer os consumidores chineses num momento em que a maioria está preocupada com o impacto econômico do coronavírus. Uma pesquisa recente revelou que 41% dos chineses pretendem reduzir suas despesas para se preparar para os tempos difíceis. Outro levantamento apontou que 68% dos entrevistados preveem que sua renda neste ano deverá cair em relação ao ano passado.

Se as vendas neste Dia dos Namorados forem um fracasso, os varejistas terão que voltar suas atenções para outras datas comemorativas que estão por vir. A principal delas, no entanto, ainda está distante: 11 de novembro, o Dia dos Solteiros. Diz a lenda que essa data foi criada por um grupo de universitários chineses para celebrar o “orgulho de ser solteiro”, de modo que cada um pudesse presentear a si mesmo sem culpa.

O grupo Alibaba pegou carona na ideia e a transformou em um dos maiores sucessos comerciais da história da internet, criando uma versão chinesa da Black Friday. Em 2019, o grupo bateu um recorde ao realizar a venda online de mais de 38 bilhões de dólares de produtos de parceiros em apenas 2 4 horas de promoção no Dia dos Solteiros.

Na China, por enquanto, os solteiros têm se mostrado um mercado muito mais promissor que o dos apaixonados.

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