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Cerco a império de Carlos Slim fortalece concorrente Axtel

A tentativa do governo de reduzir o poder do bilionário está transformando a Axtel SAB no investimento em bônus mais lucrativo dos países emergentes


	Carlos Slim: a empresa de Slim possui cerca de 80% do mercado de linha fixa
 (Susana Gonzalez/Bloomberg)

Carlos Slim: a empresa de Slim possui cerca de 80% do mercado de linha fixa (Susana Gonzalez/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2014 às 12h35.

Cidade do México - A tentativa do governo do México de reduzir o poder do bilionário Carlos Slim sobre a indústria de telecomunicações está transformando sua concorrente Axtel SAB no investimento em bônus mais lucrativo dos países emergentes.

A segunda maior operadora de telefonia do México deu retorno de 15 por cento neste ano com a especulação de que um novo órgão regulador criado pelo marco regulatório aprovado em 2013 irá declarar a Teléfonos de México SAB, de Slim, uma empresa “dominante”, no mês que vem, abrindo caminho para restrições que reforçarão concorrentes menores.

Os rendimentos das notas da Axtel com vencimento em 2019 caíram 2,91 pontos porcentuais neste ano, para 11,52 por cento, e atingiram nesta semana a maior baixa em dois anos.

A Axtel, que reestruturou sua dívida em janeiro de 2013 após três anos de perdas, deverá ser uma das grandes beneficiárias dos esforços de promoção da concorrência no setor de telecomunicações -- a empresa de Slim possui cerca de 80 por cento do mercado de linha fixa.

A reguladora, que têm até 9 de março para revelar suas conclusões, pode obrigar a Telmex a conceder às operadoras menores acesso à sua infraestrutura como parte das novas regras.

Aumentar a capacidade da Axtel para competir também a tornará um alvo de aquisição mais atraente, disse a Vaquero Global Investment LP.

“A Axtel ainda está barata”, disse Wilbur Matthews, CEO da Vaquero, que ajuda a gerenciar cerca de US$ 100 milhões em ativos, incluindo títulos da dívida da Axtel, por telefone, de San Antonio.


“As pessoas se dão conta de que esses caras são uma espécie de primeira camada abaixo da Telmex e por isso existe uma probabilidade muito boa de que alguém queira adquiri-los ou usá-los como meio de consolidação”.

Especulação sobre Alestra

As ações da Axtel subiram 4,5 por cento, ontem, depois que a Bloomberg News informou que a Alestra SA, a unidade de telefonia do conglomerado Alfa SAB, está interessada em uma fusão com a Axtel.

Nenhuma negociação está ocorrendo atualmente, disse uma fonte com conhecimento do assunto, que pediu para não ser identificada porque as discussões são privadas.

O diretor financeiro da Alestra, Bernardo García, disse na semana passada que a lei de reforma do setor de telecomunicações do ano passado despertou o interesse da Alestra, que vê uma oportunidade de retornar ao mercado residencial anos após dirigir seu foco para clientes corporativos de telefonia.

A Axtel disse, em um comunicado enviado por e-mail, que entende que o desempenho dos bônus é “um reflexo dos resultados da empresa, que vem melhorando sua performance”.

A empresa disse também que esperava que as novas leis necessárias para regulamentar a legislação sobre telecomunicações do ano passado entrem em vigor o mais rápido possível e em consonância com a lei original.


Como parte das mudanças constitucionais promulgadas pelo presidente Enrique Peña Nieto em junho, o México criou uma nova agência regulatória chamada IFT, que tem o poder de impor sanções a empresas que considere dominantes.

As empresas consideradas dominantes enfrentam medidas mais duras de controle e observância da lei, incluindo taxas mais altas de interconexão e venda forçada de ativos.

A América Móvil e o Grupo Televisa SAB, que controlam 70 por cento do mercado de cabo e radiodifusão do México, disseram em dezembro que o governo está revisando o entendimento de que as empresas são dominantes.

A América Móvil disse ontem, em seu comunicado de lucros do quarto trimestre, que enviou uma resposta à IFT e está aguardando sua posição.

A Axtel registrará lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização de 3,6 bilhões de pesos (US$ 270 milhões) em 2013 quando reportar seus resultados neste mês, segundo estimativas de analistas compiladas pela Bloomberg.

“Quando você olha para a Axtel e para seus números, pode ver que eles evoluíram”, disse Matthews, da Vaquero. “Há uma lista muito pequena de nomes a considerar se você quer colocar um pé no mercado mexicano de telecomunicações”.

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