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Bulevar Cubano: a primeira loja online dentro de Cuba

O negócio oferece produtos e serviços criado por empreendedores, como camisetas, joias, bolsas de couro e sabões artesanais

Cuba: em dois anos e meio, Cuba passou de estar praticamente desligada a ter mais de 500 zonas de wifi públicas (Shannon Stapleton/Reuters)

Cuba: em dois anos e meio, Cuba passou de estar praticamente desligada a ter mais de 500 zonas de wifi públicas (Shannon Stapleton/Reuters)

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EFE

Publicado em 21 de fevereiro de 2018 às 11h22.

Havana - Concebida como uma vitrine de coisas "Made in Cuba" a Bulevar Cubano, primeira loja online focada no consumidor de dentro da ilha, oferece produtos e serviços criado por empreendedores, como camisetas, joias, bolsas de couro e sabões artesanais.

Yunier Soler, Yoslandy Lopez e Gerardo Rodríguez são os três jovens cubanos que estão por trás deste projeto, que em só uma semana de vida já teve quatro vendas enquanto ainda está caindo na boca do povo.

Em seu empenho de buscar soluções tecnológicas para as dificuldades criadas pelo Governo de Cuba, foi Soler quem propôs a ideia aos seus dois amigos, que se entusiasmaram com esta iniciativa pioneira na ilha, onde a internet começou a se estender a partir de 2015, mas que já conta com 4,5 milhões de usuários em uma população de pouco mais de 11 milhões.

Em dois anos e meio, Cuba passou de estar praticamente desligada a ter mais de 500 zonas de wifi públicas - a um dólar por hora - com cerca de 250 mil conexões diárias, permitir internet nos lares e planejar oferecer neste ano conexão móvel.

"A Bulevar Cubano pretende funcionar como uma loja online antenada na realidade cubana, onde a maioria das pessoas não têm como realizar pagamentos online", explicou à Agência Efe Rodríguez, de 31 anos.

Devido ao embargo que os EUA mantêm sobre a ilha, em Cuba está vetado o uso de plataformas de pagamento online, através de cartões bancários ou sistemas como PayPal, por isso que a Bulevar Cubano permite reservar no site os produtos e o pagamento é feito em dinheiro no momento da entrega.

"Basicamente é um novo canal de vendas para empreendedores que sejam produtores de algum tipo de manufatura cubana. (...) É um exemplo a mais de como o setor privado está tentando oferecer serviços que em outros países são frequentes e que aqui a duras penas existem", afirmou Rodríguez.

Embora não se trate da primeira plataforma online que surge no país, as outras foram orientadas às vendas no mercado internacional, a Bulevar Cubano quer dar a todos os cubanos a opção de "comprar sem importar se tem ou não cartões de crédito ou se tem família no exterior".

Em Cuba não funcionam lojas online de alcance global como Amazon, eBay, Alibaba, Asos e Zalando, já que nem se pode pagar online e Cuba não está na lista de países para onde é possível enviar os pedidos.

Segundo os criadores, outra vantagem da Bulevar Cubano é que dá a possibilidade de qualquer empreendedor ampliar o alcance de sua atividade já que permite oferecer seus produtos e serviços de maneira gratuita nesta loja virtual, sem necessidade de investir em um site próprio.

Desde que em 2010 o presidente Raúl Castro ampliou espaços ao setor privado, Cuba já conta com mais de meio milhão de "trabalhadores independentes" que impulsionaram negócios inovadores no país comunista, como estilista de roupas e acessórios, lojas de decorações e artesanato, desenvolvedor de site e organizador de eventos.

É o caso da cubana Sandra Borges, que em setembro passado lançou a marca SBorges Design com suas próprias criações de joias e bolsas elaboradas com prata, pedras semipreciosas e elementos naturais como ossos e couro.

Sandra, que começou no projeto como hobby, é uma das quatro primeiras empresárias que entraram para a Bulevar Cubano para vender suas criações, já que se trata de uma "ideia magnífica" que dá aos empreendedores uma "ótima oportunidade para visibilizar seu trabalho".

"É tudo muito recente. Bulevar Cubano está apenas nascendo e somos muito poucos os criadores que estamos na plataforma, embora acho que vai crescer muitíssimo, que nós somos só a semente", disse Sandra.

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