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BTG ganha com crédito inadimplente e atrai concorrentes

O banco controlado por André Esteves está registrando ganhos com a recuperação de créditos inadimplentes em um mercado que atrai novos concorrentes

André Esteves, dono do BTG: o banco recuperou parte dos R$ 418 milhões em empréstimos inadimplentes que adquiriu do Banco Bamerindus em 2013 (CESAR GRECO/FOTO ARENA)
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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2015 às 20h54.

São Paulo - O Grupo BTG Pactual , banco de investimento controlado pelo bilionário brasileiro André Esteves , está registrando ganhos com a recuperação de créditos inadimplentes em um mercado que atrai novos concorrentes como o JPMorgan Chase Co. e a canadense Brookfield Asset Management Inc.

O BTG recuperou parte dos R$ 418 milhões (US$ 134 milhões) em empréstimos inadimplentes que adquiriu do Banco Bamerindus do Brasil SA em 2013, segundo João Dantas, diretor de relações com investidores do BTG.

É esperado um lucro adicional com os empréstimos fornecidos à Eneva SA, empresa brasileira de energia que entrou com pedido de recuperação judicial em dezembro, disse Dantas, em entrevista por telefone, de São Paulo.

“Embora o ambiente no Brasil seja desafiador, estamos otimistas em relação ao desempenho da nossa carteira de créditos”, disse Dantas. “Nós acreditamos que conseguiremos recuperar valor sobre os créditos para firmas como a Eneva, que teve seu plano de recuperação aprovado pelos credores em abril e que agora é viável e está gerando fluxo de caixa.”

Investidores como o Gávea Investimentos Ltda., a firma de fundos alternativos controlada pelo JPMorgan, ou a Península Investimentos SA, a empresa de gestão de recursos com a participação do Credit Suisse Group AG, estão entrando no mercado de créditos inadimplentes no Brasil em meio a projeções de que a economia sofrerá sua pior contração em 25 anos neste ano.

Os bancos estão freando o crédito para corporações e indivíduos em meio a um crescente desemprego e a níveis recordes de atrasos nos pagamentos de dívidas. As consequências do escândalo de corrupção corporativa da Petrobras também levaram suas fornecedoras a uma crise de crédito.

Primeira aquisição

Gestoras de ativos alternativos como a Brookfield enxergam uma oportunidade. A firma com sede em Toronto está fornecendo R$ 800 milhões em financiamento à OAS SA, a construtora com sede em São Paulo que entrou com pedido de proteção judicial contra seus credores em março.

A Cerberus Capital Management, com sede em Nova York, assinou um acordo com a brasileira RK Partners, que oferece assessoria sobre ativos inadimplentes, e disse em maio que está estudando sua primeira aquisição no Brasil.

Os ganhos do Bamerindus ajudaram o BTG a dobrar sua receita com crédito corporativo nos três primeiros meses de 2015 e provavelmente voltarão a impulsionar os lucros nos próximos trimestres, disse Dantas.

O BTG tem sua própria empresa de crédito e cobrança, a Recovery do Brasil Consultoria SA.

O Gávea, que tem sede no Rio de Janeiro, pagou mais de R$ 100 milhões por uma participação minoritária na Paschoalotto Serviços Financeiros, maior empresa de cobrança de dívida do Brasil, que conta com companhias como Banco do Brasil SA e Volkswagen AG como clientes, segundo uma fonte informada sobre o assunto.

Empréstimos corporativos

A Península, com sede em São Paulo, planeja levantar um fundo de até R$ 500 milhões para comprar empréstimos corporativos inadimplentes.

Os ganhos do BTG com créditos inadimplentes ajudaram a compensar um aumento na provisão do banco para perdas com empréstimos, que subiu para 2,75 por cento do total de empréstimos no primeiro trimestre, contra 2,5 por cento no final do ano passado, disse Dantas.

“Nós preferimos ser conservadores em relação às provisões devido ao ambiente”, disse ele.

O BTG é o maior credor da Eneva, com mais de R$ 1 bilhão de valor de face de empréstimos à empresa, depois que adquiriu uma carteira do HSBC Holdings Plc.

A receita com crédito corporativo do BTG caiu quase 50 por cento no quarto trimestre de 2014 depois que o banco separou mais dinheiro para os empréstimos inadimplentes. Esteves, o CEO da firma, disse que o aumento estava relacionado, em grande parte, à exposição à Eneva.

“Haverá uma janela de oportunidade no Brasil de no mínimo três anos para investimentos em ativos inadimplentes”, disse a Cerberus em um comunicado neste mês.

“A recessão está provocando essas oportunidades e criou situações nas quais empresas fortes necessitam de ajuda financeira e operacional.”

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O BTG recuperou parte dos R$ 418 milhões (US$ 134 milhões) em empréstimos inadimplentes que adquiriu do Banco Bamerindus do Brasil SA em 2013, segundo João Dantas, diretor de relações com investidores do BTG.

É esperado um lucro adicional com os empréstimos fornecidos à Eneva SA, empresa brasileira de energia que entrou com pedido de recuperação judicial em dezembro, disse Dantas, em entrevista por telefone, de São Paulo.

“Embora o ambiente no Brasil seja desafiador, estamos otimistas em relação ao desempenho da nossa carteira de créditos”, disse Dantas. “Nós acreditamos que conseguiremos recuperar valor sobre os créditos para firmas como a Eneva, que teve seu plano de recuperação aprovado pelos credores em abril e que agora é viável e está gerando fluxo de caixa.”

Investidores como o Gávea Investimentos Ltda., a firma de fundos alternativos controlada pelo JPMorgan, ou a Península Investimentos SA, a empresa de gestão de recursos com a participação do Credit Suisse Group AG, estão entrando no mercado de créditos inadimplentes no Brasil em meio a projeções de que a economia sofrerá sua pior contração em 25 anos neste ano.

Os bancos estão freando o crédito para corporações e indivíduos em meio a um crescente desemprego e a níveis recordes de atrasos nos pagamentos de dívidas. As consequências do escândalo de corrupção corporativa da Petrobras também levaram suas fornecedoras a uma crise de crédito.

Primeira aquisição

Gestoras de ativos alternativos como a Brookfield enxergam uma oportunidade. A firma com sede em Toronto está fornecendo R$ 800 milhões em financiamento à OAS SA, a construtora com sede em São Paulo que entrou com pedido de proteção judicial contra seus credores em março.

A Cerberus Capital Management, com sede em Nova York, assinou um acordo com a brasileira RK Partners, que oferece assessoria sobre ativos inadimplentes, e disse em maio que está estudando sua primeira aquisição no Brasil.

Os ganhos do Bamerindus ajudaram o BTG a dobrar sua receita com crédito corporativo nos três primeiros meses de 2015 e provavelmente voltarão a impulsionar os lucros nos próximos trimestres, disse Dantas.

O BTG tem sua própria empresa de crédito e cobrança, a Recovery do Brasil Consultoria SA.

O Gávea, que tem sede no Rio de Janeiro, pagou mais de R$ 100 milhões por uma participação minoritária na Paschoalotto Serviços Financeiros, maior empresa de cobrança de dívida do Brasil, que conta com companhias como Banco do Brasil SA e Volkswagen AG como clientes, segundo uma fonte informada sobre o assunto.

Empréstimos corporativos

A Península, com sede em São Paulo, planeja levantar um fundo de até R$ 500 milhões para comprar empréstimos corporativos inadimplentes.

Os ganhos do BTG com créditos inadimplentes ajudaram a compensar um aumento na provisão do banco para perdas com empréstimos, que subiu para 2,75 por cento do total de empréstimos no primeiro trimestre, contra 2,5 por cento no final do ano passado, disse Dantas.

“Nós preferimos ser conservadores em relação às provisões devido ao ambiente”, disse ele.

O BTG é o maior credor da Eneva, com mais de R$ 1 bilhão de valor de face de empréstimos à empresa, depois que adquiriu uma carteira do HSBC Holdings Plc.

A receita com crédito corporativo do BTG caiu quase 50 por cento no quarto trimestre de 2014 depois que o banco separou mais dinheiro para os empréstimos inadimplentes. Esteves, o CEO da firma, disse que o aumento estava relacionado, em grande parte, à exposição à Eneva.

“Haverá uma janela de oportunidade no Brasil de no mínimo três anos para investimentos em ativos inadimplentes”, disse a Cerberus em um comunicado neste mês.

“A recessão está provocando essas oportunidades e criou situações nas quais empresas fortes necessitam de ajuda financeira e operacional.”

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