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BR Properties decepciona com 3º tri e ações caem

Apesar de esperado, resultado mostra um piora na renegociação de contratos, levando o mercado diminuir as perspectivas para a companhia

Edifício Ventura Towers II, construído pela BR Properties: empresa de investimento em imóveis comerciais mostrou forte desaceleração no chamado "leasing spread" (Guilherme Costa/Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2013 às 14h57.

São Paulo - A BR Properties liderava as perdas do Ibovespa nesta terça-feira, após a empresa ter tido lucro trimestral dentro do esperado, mas com piora na renegociação de contratos, levando o mercado a piorar as perspectivas para a companhia.

De julho a setembro, a empresa de investimento em imóveis comerciais mostrou forte desaceleração no chamado "leasing spread", linha que reflete o ganho real com renovações ou revisões de contratos e novas locações de áreas vagas.

Enquanto o leasing spread dos escritórios teve queda de 13,5 pontos percentuais ante igual período de 2012, a 8,8 por cento, o leasing spread industrial caiu 29 pontos percentuais na comparação anual, ficando negativo em 11,5 por cento.

Em teleconferência com analistas, o diretor financeiro da empresa, Pedro Daltro, disse que a queda do leasing spread industrial não é uma tendência. "Não é isso que estamos vendo no quatro trimestre. (O segmento) industrial está relativamente resiliente e melhor que o de escritórios", afirmou.

O executivo acrescentou que o percentual de 8,8 por cento para escritórios é "muito bom".

Mas a reação do mercado era diferente. Para analistas do Credit Suisse, uma contração já era prevista no portfólio de escritórios, mas foi uma surpresa no segmento industrial. As ações da companhia caíam 4,2 por cento às 14h54, liderando as perdas do Ibovespa, que recuava 0,61 por cento.

"Apesar dos resultados trimestrais terem ficado em linha com nossas estimativas, estamos mais preocupados com as tendências", escreveram os analistas do banco, liderados por Nicole Hirakawa.

"Mantemos cautela com o mercado de escritórios em São Paulo, e mesmo que tenhamos premissas otimistas para as Torres JK e Cidade Jardim, com 90 por cento de ocupação no fim de 2014, tudo indica que a dinâmica de preços esteja caminhando a favor dos inquilinos", completou o time do Credit Suisse.

Na teleconferência, o presidente da BR Properties, Claudio Bruni, disse não ver excesso de oferta no mercado. "O que vemos daqui em diante é uma demanda um pouco mais fraca", completou.

Última Linha

No terceiro trimestre, o lucro líquido da companhia caiu 65 por cento sobre um ano antes, para 89,56 milhões de reais, também impactado por um efeito nào caixa de 44,4 milhões de reais referente a reavaliação de propriedades.


Na mesma etapa de 2012, a última linha do balanço refletira um ganho não caixa de 382,7 milhões de reais com reavaliação de propriedades, com a incorporação da One Properties.

De todo modo, a receita líquida da companhia cresceu 41 por cento na comparação anual, com o início de geração de receitas de locação de propriedades que estavam em desenvolvimento e que entraram no portfólio.

Também ajudada pelo recuo de 5 por cento nas despesas gerais e administrativas na comparação anual, a empresa elevou o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado em 47 por cento, para 218,15 milhões de reais. A margem ajustada passou de 88 para 92 por cento.

Dívida e Vacância

Segundo Daltro, a BR Properties está trabalhando para rolar dívidas com vencimento em 2014, ressalvando não ver espaço para diminuir o preço "dessa dívida específica".

Dentro do plano de reduzir sua alavancagem, a companhia fechou o trimestre com dívida líquida de 4,5 bilhões de reais, praticamente estável em relação ao mesmo trimestre de 2012 e recuo de 10 por cento sobre junho.

Com isso, a relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado caiu para 5,2 vezes, ante 5,7 vezes no segundo trimestre e 7,3 vezes um ano antes.

Na comparação com o trimestre anterior, a BR Properties viu a vacância física diminuir de 5,5 para 5,3 por cento, e vacância financeira recuar de 10,8 para 10,5 por cento. Segundo o executivo, as vacâncias física e financeira ficaram em 4,9 por cento e 9,7 por cento, respectivamente, em outubro.

"Vimos uma recuperação principalmente no mês de setembro, com negociações com grandes clientes voltando ao ritmo normal", justificou Bruni.

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São Paulo - A BR Properties liderava as perdas do Ibovespa nesta terça-feira, após a empresa ter tido lucro trimestral dentro do esperado, mas com piora na renegociação de contratos, levando o mercado a piorar as perspectivas para a companhia.

De julho a setembro, a empresa de investimento em imóveis comerciais mostrou forte desaceleração no chamado "leasing spread", linha que reflete o ganho real com renovações ou revisões de contratos e novas locações de áreas vagas.

Enquanto o leasing spread dos escritórios teve queda de 13,5 pontos percentuais ante igual período de 2012, a 8,8 por cento, o leasing spread industrial caiu 29 pontos percentuais na comparação anual, ficando negativo em 11,5 por cento.

Em teleconferência com analistas, o diretor financeiro da empresa, Pedro Daltro, disse que a queda do leasing spread industrial não é uma tendência. "Não é isso que estamos vendo no quatro trimestre. (O segmento) industrial está relativamente resiliente e melhor que o de escritórios", afirmou.

O executivo acrescentou que o percentual de 8,8 por cento para escritórios é "muito bom".

Mas a reação do mercado era diferente. Para analistas do Credit Suisse, uma contração já era prevista no portfólio de escritórios, mas foi uma surpresa no segmento industrial. As ações da companhia caíam 4,2 por cento às 14h54, liderando as perdas do Ibovespa, que recuava 0,61 por cento.

"Apesar dos resultados trimestrais terem ficado em linha com nossas estimativas, estamos mais preocupados com as tendências", escreveram os analistas do banco, liderados por Nicole Hirakawa.

"Mantemos cautela com o mercado de escritórios em São Paulo, e mesmo que tenhamos premissas otimistas para as Torres JK e Cidade Jardim, com 90 por cento de ocupação no fim de 2014, tudo indica que a dinâmica de preços esteja caminhando a favor dos inquilinos", completou o time do Credit Suisse.

Na teleconferência, o presidente da BR Properties, Claudio Bruni, disse não ver excesso de oferta no mercado. "O que vemos daqui em diante é uma demanda um pouco mais fraca", completou.

Última Linha

No terceiro trimestre, o lucro líquido da companhia caiu 65 por cento sobre um ano antes, para 89,56 milhões de reais, também impactado por um efeito nào caixa de 44,4 milhões de reais referente a reavaliação de propriedades.


Na mesma etapa de 2012, a última linha do balanço refletira um ganho não caixa de 382,7 milhões de reais com reavaliação de propriedades, com a incorporação da One Properties.

De todo modo, a receita líquida da companhia cresceu 41 por cento na comparação anual, com o início de geração de receitas de locação de propriedades que estavam em desenvolvimento e que entraram no portfólio.

Também ajudada pelo recuo de 5 por cento nas despesas gerais e administrativas na comparação anual, a empresa elevou o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado em 47 por cento, para 218,15 milhões de reais. A margem ajustada passou de 88 para 92 por cento.

Dívida e Vacância

Segundo Daltro, a BR Properties está trabalhando para rolar dívidas com vencimento em 2014, ressalvando não ver espaço para diminuir o preço "dessa dívida específica".

Dentro do plano de reduzir sua alavancagem, a companhia fechou o trimestre com dívida líquida de 4,5 bilhões de reais, praticamente estável em relação ao mesmo trimestre de 2012 e recuo de 10 por cento sobre junho.

Com isso, a relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado caiu para 5,2 vezes, ante 5,7 vezes no segundo trimestre e 7,3 vezes um ano antes.

Na comparação com o trimestre anterior, a BR Properties viu a vacância física diminuir de 5,5 para 5,3 por cento, e vacância financeira recuar de 10,8 para 10,5 por cento. Segundo o executivo, as vacâncias física e financeira ficaram em 4,9 por cento e 9,7 por cento, respectivamente, em outubro.

"Vimos uma recuperação principalmente no mês de setembro, com negociações com grandes clientes voltando ao ritmo normal", justificou Bruni.

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