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BofA ML corta previsões de produção da Petrobras

O Bank of America Merrill Lynch cortou previsões de investimento e do crescimento da produção da estatal, dizendo que cortes agressivos são necessários


	Logo da Petrobras é refletido em janela
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Logo da Petrobras é refletido em janela (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2015 às 16h12.

São Paulo - O Bank of America Merrill Lynch cortou previsões de investimento e do crescimento da produção da Petrobras, dizendo que cortes agressivos nessas variáveis são necessários para a estatal ser capaz de evoluir de forma mais eficiente na desalavancagem de seu balanço dada a continuidade da deterioração do ambiente macroeconômico.

"Nesta fase, as questões patrimoniais tornaram-se a prioridade decisiva versus crescimento da produção", afirmaram os analistas Frank McGann e Vicente Falanga Neto, em relatório a clientes.

Eles avaliam que novas reduções nos investimentos devem ser necessárias para diminuir as necessidades de financiamento de curto prazo e fornecer uma ponte até um momento em que as vendas de ativos materiais possam ser realizadas. "Ainda assim, é provável que leve de três a cinco anos para restaurar a saúde financeira completa", calculam os analistas.

O BofA ML agora espera investimentos de 126 bilhões de dólares para o período de 2015 a 2019, contra estimativa anterior de 144 bilhões de dólares. O efeito dessa redução será a provável redução do crescimento da produção média de óleo e gás para 3 por cento ao ano até 2020 ante expectativa precedente de 3,6 por cento.

Segundo duas fontes da empresa ouvidas pela Reuters em 10 de setembro, o plano de investimento de cinco anos da Petrobras, divulgado em junho deste ano, ficou obsoleto rapidamente e precisará ser revisto, com a queda dos preços do petróleo e o real fraco, além do rebaixamento do rating de crédito pela Standard & Poors para grau especulativo, que eleva o custo da dívida da petroleira. McGann e Falanga Neto consideram que, apesar da capacidade limitada para reduzir a dívida para níveis sustentáveis sem vendas consideráveis de ativos, o ambiente de fracos preços de petróleo e a incerteza econômica e política no Brasil estão colocando mais pressão sobre outras fontes de fluxo de caixa.

O relatório destaca que os preços de gasolina e diesel são uma variável decisiva para a Petrobras e que elevá-los deixaria tudo mais fácil. "A maneira mais fácil de aumentar potencialmente a geração de fluxo de caixa na Petrobras e desalavancar o balanço seria através de aumentos de preços", escreveram os analistas.

Eles lembram que o maior empecilho para a empresa, assim como a principal razão do seu balanço é tão esticado, foi causado pela manutenção dos preços de gasolina e diesel 15 a 20 por cento abaixo dos preços internacionais durante grande parte do período de 2011 a 2014.

"Se assumirmos que a Petrobras pudesse manter um prêmio de 10 por cento sobre os preços internacionais no período de 2015 a 2019, isso poderia adicionar cerca de 8,5 bilhões de dólares para o fluxo de caixa", calculam McGann e Falanga Neto.

Os analistas avaliam que aumentos de preços permitiriam à Petrobras aumentar o fluxo de caixa e financiar uma estratégia de investimento e um crescimento da produção mais agressivo com necessidades limitadas de financiamento externo.

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