B2W: o novo ciclo nunca chega
Que o comércio eletrônico não dá lucro, o investidor da varejista online B2W já está cansado de saber. Desde 2011, ano após ano, a empresa, dona das marcas Submarino.com e Americanas.com, acumula prejuízos. Em 2015, o prejuízo foi de 274 milhões de reais, uma alta de 68% em comparação com 2014. Este ano, a previsão […]
Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2016 às 21h08.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h14.
Que o comércio eletrônico não dá lucro, o investidor da varejista online B2W já está cansado de saber. Desde 2011, ano após ano, a empresa, dona das marcas Submarino.com e Americanas.com, acumula prejuízos. Em 2015, o prejuízo foi de 274 milhões de reais, uma alta de 68% em comparação com 2014. Este ano, a previsão é de que a companhia finalmente chegasse ao azul. Mas tinha uma crise no meio do caminho.
Analistas esperam que a empresa divulgue nesta quinta-feira um prejuízo de 95,2 milhões de reais no primeiro trimestre – ante perdas de 50 milhões no início de 2015. Os prejuízos sempre foram justificados pelo plano de expansão da companhia, que incluíram a compra de sete empresas e aportes que totalizaram 3,4 bilhões de reais desde 2011.
Mas os resultados do ano devem continuar no vermelho por causa das vendas fracas, que forçaram as empresas do setor a fazer mais promoções de até 80% e apertar ainda mais as margens. Em março, por exemplo, tanto os sites da B2W quanto os de sua maior concorrente Cnova, que reúne marcas como Extra, Ponto Frio e Casas Bahia, anunciaram descontos de até 80% em comemoração ao dia do consumidor.
Mesmo com os descontos, as vendas da Cnova no país caíram 44% nos primeiros três meses do ano. A empresa – que tem capital aberto nos Estados Unidos – já disse que estuda unir seus negócios no Brasil com a Via Varejo, que reúne as lojas físicas das redes Casas Bahia e Ponto Frio, para melhorar as operações.
Já a B2W disse que o faturamento deste ano deve crescer somente o suficiente para cobrir a inflação e já anunciou que vai segurar parte dos investimentos. No bolsa, suas ações caíram 49% em 12 meses. O período de investimentos da empresa acabou, mas os problemas no caixa parecem longe de ter fim.