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Após falhas em 15 projetos, eles criaram uma startup de logística que está recebendo R$ 12 milhões

No mercado de 2022, a LogShare tem como investidores os fundos ONEVC, Niu Ventures e FJ Labs e ainda a Seedstars, Oxygea, Valutia, Silence e Rally Cap

Glauber Alves, Pedro Prado e Eduardo Souza, da LogShare: internacionalização será um processo natural para a empresa (Logshare/Divulgação)

Glauber Alves, Pedro Prado e Eduardo Souza, da LogShare: internacionalização será um processo natural para a empresa (Logshare/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 17 de junho de 2024 às 05h59.

Última atualização em 18 de junho de 2024 às 10h14.

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Startup de logística, a LogShare está recebendo um investimento de R$ 12 milhões em rodada seed. Os recursos vieram dos investidores já presentes no captable da startup, como ONEVC, Niu Ventures e FJ Labs e contou com a participação da Seedstars, Oxygea, Valutia, Silence e Rally Cap.

Com clientes renomados como Coca-Cola, Unilever, BRF e Nestlé, a startup paulistana é dona de uma plataforma que procura fechar uma equação no transporte de carga: fazer com que os caminhões nunca voltem vazios após uma entrada.

A partir de algoritmos inteligentes e dados compartilhados pelas empresas, a LogShare conecta as pontas. Ela encontra cargas dos clientes e transportadoras com caminhões que fariam as viagens de retorno vazios trafegando pelas rotas mapeadas. 

Como a LogShare foi criada

Em operação há pouco mais de dois anos, a empresa nasceu após muitas tentativas e erros. Com anos de experiência no setor logístico em companhias como Coca-Cola, Amazon e a consultoria McKinsey, Pedro Prado, hoje CEO e cofundador da LogShare, tentou por diversas vezes encontrar caminhos para encarar esses desafios de frete retorno.

"Eu tentei resolver esse problema ou para as empresas que eu trabalhava ou para os meus clientes 15 vezes. E os 15 projetos falharam por inúmeras razões. E foi quando eu tive o insight de criar a LogShare", afirma Prado.

Os projetos não paravam de pé pela dificuldade de encontrar as cargas, ausência de comunicação entre os sistemas das empresas, conexão para contratar as transportadoras parceiras das empresas e ainda parte jurídica, regulando a relação entre os clientes. 

Quando se uniu aos sócios Glauber Alves, com passagens pela logística do Makro Atacadista e Walmart, e Eduardo Souza, engenheiro de software com anos de Totvs e Zebra Technologies, os pontos que precisavam ser endereçados já estavam definidos. 

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Como funciona o modelo de negócio da startup

Mas um outro elemento se mostrou essencial para fazer a roda girar: a colaboração, o que garante os dados para o mapeamento das rotas e agendas. "Tem um trade-off muito grande aqui que é ser colaborativo. Essa é a grande sacada", diz Prado. 

Após o primeiro ano de MPV, a LogShare cresceu 30 vezes em 2023 em receita. Para este ano, a projeção é de avançar em torno de 7 vezes. A startup não revela o faturamento. No modelo de negócios, os clientes pagam uma taxa mensal e um adicional de acordo com os volumes movimentados.  

"A nossa receita do ano passado era com margens baixas porque precisávamos crescer muito rápido para trazer o feito de rede. Agora, continuamos crescendo bastante, mas com uma receita bem mais qualificada e com margens da ordem dos 35%", afirma Prado.

Quais as estratégias de crescimento

Segundo o executivo, a mudança passa pelo maior número de clientes, o que adiciona um maior volume de negociações, e também a chegada de transportadoras maiores, com as quais as transações são estruturadas para o longo prazo. De acordo com números internos, as companhias tem obtido uma redução de até 26% nos custos dos fretes e a redução da emissão fica em torno de 40%.  

Com a entrada dos novos recursos, a LogShare prepara a entrada em novos como agro e empresas de base, como petroquímicas. Até aqui, a startup manteve um portfólio mais restrito a bens de consumo, como alimentos e bebidas. 

Parte do dinheiro também irá para a ampliação do time da empresa, atualmente com 30 pessoas. A busca é por engenheiros e profissionais de IA para reforçar o produto para os novos clientes.  

"O desafio do ano é pegar os ganhos que temos hoje e crescer com eles exponencialmente", afirma o empreendedor.

Com um portfólio de companhias multinacionais, a startup já começa a desenhar a expansão internacional, com estruturas no México e nos Estados Unidos.

O projeto é entrar nestes novos territórios com os clientes atuais. "Este é um movimento bastante natural para nós, mas deve acontecer após a rodada série A", afirma. 

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