Influenciador, Bruno Belissimo. (Arquivo Pessoal / Bruno Belissimo)
Redatora
Publicado em 16 de dezembro de 2025 às 11h35.
Aos 23 anos, Bruno Belissimo criou um negócio de influência digital que utiliza IA de ponta a ponta. A tecnologia está em todas as etapas da empresa: pesquisar temas, testar ideias, escrever roteiros e publicar vídeos todos os dias. Os números revelam o sucesso. São mais de 700 mil seguidores nas redes sociais e um faturamento em expansão que o coloca no caminho dos seis dígitos mensais.
O início foi rápido. Em três meses, o influenciador pulou de zero para 100 mil seguidores. Hoje, a tecnologia deixou de ser apoio e virou engrenagem principal.
Bruno usou ferramentas de IA para montar o próprio site, organizar o fluxo de trabalho e criar um curso online, que hoje reúne mais de 2 mil alunos no mundo todo. “Tudo pode ser padronizado”, defende.
Como o dinheiro entra
A operação financeira de Bruno se apoia em várias frentes, que incluem infoprodutos, mentorias, consultorias para empresas, monetização de conteúdo e parcerias com marcas interessadas em alcançar um público atento aos bastidores da produção digital.
Para os próximos anos, o influenciador quer ampliar a presença em TikTok, LinkedIn e YouTube. Pretende também ultrapassar a marca de 1 milhão de seguidores no Instagram e começar a produção de conteúdos em outras línguas. Hoje, 98% da audiência é brasileira, mas ele enxerga espaço em outros mercados.
Como a operação funciona?
A operação se apoia em uma camada de tecnologia que não aparece para quem assiste. Bruno treinou agentes de IA com base em seus vídeos mais vistos.
Os modelos reconhecem seu ritmo de fala e a ordem habitual das ideias. Quando recebe um tema, entregam um roteiro que segue um padrão já aprovado pelo público.
“Tenho assistentes treinados com meus vídeos mais virais. Eles sabem exatamente a maneira que escrevo um roteiro viral e estruturam versões que seguem esse padrão”, diz.
A automação reduz o tempo de criação e mantém constância. O fluxo não depende do humor do dia nem de inspiração. Para Bruno, esse é o ponto que diferencia sua operação em um ambiente que ainda se apoia, na maior parte das vezes, no esforço humano.
Bruno Belissimo, líder de um negócio digital movido por IA. (Arquivo Pessoal / Bruno Belissimo)
Um público que amadurece
Os vídeos atraem jovens, mas, curiosamente, o movimento mais constante vem de quem passou dos 40. São profissionais que tentam diminuir a distância em relação às mudanças do mercado. Para Bruno, essa procura diz muito sobre o momento atual. “As pessoas sabem que o mercado não para e está o tempo todo em mudança, devorando as pessoas”, afirma.
Antes de gravar vídeos, ele acompanhava de perto o setor de tecnologia. Investia em criptomoedas e NFTs e observava os avanços da IA com atenção. A aposta veio da convicção de que o tema ganharia escala.
“Sempre foi claro para mim que a inteligência artificial ia explodir. No começo, não pensei no lado financeiro. Pensei na oportunidade de me tornar referência. A monetização seria consequência.”