Em dia de recuperação de 1,58% na pontuação do Ibovespa, principal índice de referência da bolsa brasileira, as ações da Marfrig (MRFG3) se descolaram e subiram 15,46%, negociadas a 12,25 reais. Na véspera, o frigorífico divulgou seus resultados trimestrais, que surpreenderam os analistas positivamente.

A corretora do Santander, que opera separadamente do banco, afirmou que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) veio 9% acima do esperado. O total de 163 milhões de reais configura uma alta de 28% em relação ao mesmo primeiro trimestre de 2008. Nas projeções da equipe do Itaú, o número é 30% mais alto que o estimado.

Os números operacionais melhor que as expectativas refletem um custo de vendas mais baixo, atribuído ao menor preço para o grão. As vendas de carne bovina no Brasil também tiveram forte alta de 20% no comparativo anual.

Os analistas da corretora do Itaú, com atuação independente do banco, também se surpreenderam com as margens operacionais, principalmente graças ao "impressionante controle da despesa de vendas", 11,5% menor que o previsto.

"Estamos impressionados com a rapidez que a integração das companhias adquiridas se materializou, sem pressionar os gastos, ou mesmo aqueles comuns provindos de reestruturações", afirmaram.

Por outro lado, os gastos financeiros foram subestimados, segundo a equipe, o que explicaria o motivo do prejuízo de 38,2 milhões de reais ser bem pior do que se imaginava.

A expectativa dos analistas do Santander, porém, é de que a Marfrig se beneficie mais que seus pares com a recente valorização do real frente ao dólar, além de ainda haver a possibilidade de uma fusão com a Bertin.