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Venezuela tira CNN em espanhol do ar e alega distorção da verdade

Emissora irritou o governo socialista de Nicolás Maduro devido a várias reportagens veiculadas no canal

No final de semana, o presidente da Venezuela Nicolás Maduro disse à CNN para "sair" de sua nação (Marco Bello/Reuters)

No final de semana, o presidente da Venezuela Nicolás Maduro disse à CNN para "sair" de sua nação (Marco Bello/Reuters)

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Reuters

Publicado em 16 de fevereiro de 2017 às 10h36.

Caracas - O governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou a suspensão do sinal da rede CNN em espanhol no país na quarta-feira, acusando-a de distorcer a verdade em sua cobertura.

Sediada nos Estados Unidos, a CNN en Español ficou indisponível nos principais serviços de TV a cabo venezuelanos minutos depois de um comunicado da agência reguladora de telecomunicações, Conatel, anunciando a suspensão.

A emissora irritou o governo socialista devido a várias reportagens, incluindo uma em que alegou que passaportes e vistos estavam sendo vendidos ilegalmente na embaixada da Venezuela no Iraque.

No final de semana, Maduro disse à CNN para "sair" de sua nação depois de acusá-la de manipular comentários de uma garota que lhe disse ao vivo na TV que algumas estudantes estão desmaiando de fome.

"Eles difamam e distorcem a verdade... incitando a agressão contra a soberania da Venezuela e de suas instituições", argumentou a Conatel em seu comunicado.

A ministra das Relações Exteriores venezuelana, Delcy Rodríguez, também repreendeu a CNN, dizendo que o delator do caso dos passaportes é um cidadão ligado à oposição que trabalha para agências "imperialistas".

A CNN disse que o governo Maduro age injustamente ao negar a seus conterrâneos 20 anos de serviços de notícias, mas acrescentou que seu sinal estará disponível de graça no YouTube.

"Na CNN en Español acreditamos no papel vital que a liberdade de imprensa desempenha em uma democracia saudável", afirmou o canal.

A rixa com a emissora acontece em um momento delicado nas relações entre EUA e Venezuela, já que nesta semana Washington colocou o vice de Maduro, Tareck El Aissami, em uma lista negra devido a acusações ligadas a drogas, o primeiro atrito bilateral desde que o presidente norte-americano, Donald Trump, tomou posse.

Autoridades venezuelanas reagiram furiosamente à medida, embora pareçam estar tentando evitar provocar Trump.

"Não quero problemas com Trump", disse Maduro na TV na quarta-feira, acrescentando que a CNN se transformou em um "instrumento de guerra".

Cerca de uma hora mais tarde, Trump pediu a libertação do proeminente líder opositor venezuelano preso Leopoldo López em um tuíte, postando uma foto ao lado de sua esposa, Lilian Tintori.

Trump expressou preocupação em relação ao governo Maduro em várias ligações a líderes sul-americanos, mas ainda não se sabe se ele irá priorizar a Venezuela.

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