Mundo

Venezuela: Justiça ordena captura de empresário opositor

Justiça promete recorrer à Interpol para encontrar Nelson Mezerhane, sócio de um banco e de um canal crítico ao governo

A procuradora geral da Venezuela, Luisa Ortega (Juan Barreto/AFP)

A procuradora geral da Venezuela, Luisa Ortega (Juan Barreto/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2010 às 17h52.

Caracas - A Justiça venezuelana emitiu uma ordem de captura contra Nelson Mezerhane, importante acionista da emissora privada Globovisión e presidente de um banco que foi alvo de uma intervenção estatal recentemente, informou nesta quinta-feira a procuradora geral Luisa Ortega.

A procuradora informou que o governo não tem informação oficial sobre o paradeiro de Mezerhane, apesar de ter anunciado que pedirá à Interpol a emissão de uma ordem de busca contra ele.

"Não temos oficialmente a informação de que ele esteja fora do país (...). No entanto, solicitamos a ordem de captura com a intenção de que seja incluído no alerta vermelho da Interpol, para que possa ser preso onde estiver", declarou Ortega à Rádio Nacional da Venezuela (RNV).

A Justiça venezuelana já tinha emitido uma proibição de saída do país contra Mezerhane e outros 17 diretores do Banco Federal, que recebeu intervenção estatal em meados de junho pelo governo de Hugo Chávez, que afirmou que esta instituição atravessava uma séria crise econômica agravada por uma importante falta de liquidez.

O Banco Federal é uma instituição privada de tamanho mediano.

Mezerhane também é um dos diretores da emissora Globovisión, muito crítica ao governo de Chávez e cujo presidente, Guillermo Zuloaga, também é requerido pela Justiça por suposta "usura" e associação para delinquir.

Zuloaga, por enquanto, está foragido da Justiça. Ele, assim como Mezerhane, assegurou que as acusações judiciais respondem a "pressões" políticas por parte do governo devido à linha editorial da Globovisión.

Chávez rejeitou as críticas, negando que se trate de uma perseguição contra a emissora.

"Não é pelo canal, não é por nada, simplesmente este banco quebrou e estavam lidando irresponsavelmente com o dinheiro público", disse Chávez recentemente. "Estão fugindo por algum motivo. Quem não deve, não teme", completou.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaEmpresáriosJustiçaPrisõesVenezuela

Mais de Mundo

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia

Irã manterá diálogos sobre seu programa nuclear com França, Alemanha e Reino Unido

Eleições na Romênia agitam país-chave para a Otan e a Ucrânia

Irã e Hezbollah: mísseis clonados alteram a dinâmica de poder regional