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Uruguai começa a venda de maconha

A comercialização da maconha produzida pelo governo só está começando mais de três anos após a legalização da erva no país

Tráfico: no ano passado, a maconha foi a droga mais apreendida pela polícia (OpenRangeStock/Thinkstock)
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EXAME Hoje

Publicado em 19 de julho de 2017 às 06h35.

Última atualização em 19 de julho de 2017 às 08h07.

A maconha para uso recreativo começa a ser comercializada legalmente nesta quarta-feira no Uruguai . Cerca de 5.000 pessoas se inscreveram para ter autorização de comprar o produto, vendido em (apenas) 16 farmácias credenciadas. A comercialização da maconha produzida pelo governo só está começando mais de três anos após a legalização da erva no país, que foi o primeiro do mundo a legalizar a venda, em dezembro de 2013.

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Sobram polêmicas. Só para cadastrar usuários o processo se arrastou por mais de um ano, por diversas razões. Uma delas foi o fato de que as empresas que estão encarregadas de produzir a maconha numa região agrária do país questionarem o alto custo da escolta armada exigida pelo governo para realizar o transporte. Além disso, as farmácias ficaram muito resistentes para receber o produto. Como o preço é estipulado pelo governo, sobra pouca margem, e muito risco com segurança.

A partir desta quarta, os usuários cadastrados vão poder comprar 10 gramas por semana, com um teto de 40 gramas mensais, por 1,30 dólar a grama. Além das farmácias, os usuários de cannabis uruguaios podem fazer o cultivo em casa ou optar por fazer parte de uma cooperativa produtora. Apesar de ter sido avançada em relação a outros países, a legislação prevê um controle de mercado que dificulta os processos. No estado americano do Colorado, por exemplo, várias empresas podem produzir e comercializar derivados de maconha — e esse mercado faturou 1,3 bilhão de dólares em 2016, rendendo mais de 200 milhões de receita aos cofres públicos.

O tráfico de drogas não tem cedido no país. No ano passado, a maconha foi a droga mais apreendida pela polícia: foram 4,3 toneladas, ante 2,5 toneladas apreendidas em 2015, e o número de homicídios relacionados ao narcotráfico também aumentou. A ineficácia da legalização e a falta de interesse dos estabelecimentos e dos usuários pela maconha do governo tem feito o modelo uruguaio ser questionado. Mas o Uruguai vai em frente com sua experiência pioneira.

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