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Unicef denuncia aumento no uso de crianças como bombas humanas

Desde 1º de janeiro, 83 menores foram utilizados na Nigéria com esse objetivo, dos quais 55 eram meninas, na maioria dos casos menores de 15 anos

Os jihadistas do Boko Haram assumiram a autoria dessas atrocidades em vários casos (Christopher Furlong/Getty Images)

Os jihadistas do Boko Haram assumiram a autoria dessas atrocidades em vários casos (Christopher Furlong/Getty Images)

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EFE

Publicado em 22 de agosto de 2017 às 12h28.

Genebra - O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) denunciou nesta terça-feira o aumento no uso de menores de idade, e em particular de meninas, como bombas humanas pelo grupo jihadista nigeriano Boko Haram neste ano.

Segundo os dados da entidade, desde 1º de janeiro, 83 menores foram utilizados na Nigéria com esse objetivo, dos quais 55 eram meninas, na maioria dos casos menores de 15 anos. O resto eram meninos, incluindo o caso de um bebê que foi amarrado a uma das meninas e foi detonado.

"As crianças foram usadas diversas vezes desta maneira nos últimos anos e, até agora, em 2017, o número de afetados é quatro vezes maior do que durante todo o ano passado", afirmou a porta-voz do Unicef em Genebra, Marixie Mercado.

Os jihadistas do Boko Haram assumiram a autoria dessas atrocidades em vários casos.

"O uso de crianças em tais ataques tem um impacto ainda maior porque cria suspeita e medo das crianças que foram libertadas, resgatadas ou que escaparam do Boko Haram", explicou a porta-voz.

A consequência é que essas crianças passam a ser rejeitadas pelas comunidades nas quais tentam retomar uma vida normal.

De acordo com o Unicef, esta situação se desenvolve em meio a uma crise de deslocamentos em massa e de grave má-nutrição nas populações do nordeste da Nigéria, onde opera o grupo terrorista.

Por isso, a agência da ONU realiza esforços para oferecer ajuda psicossocial às crianças que foram raptadas pelo Boko Haram, ao mesmo tempo que trabalha com suas famílias e comunidades para que aceitem seu retorno.

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