O presidente deposto do Egito, Mohamed Mursi: entre as prioridades do país devem estar o fim das detenções por motivos políticos e a libertação de presos políticos, incluindo Mursi, disseram ministros (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2013 às 12h31.
Bruxelas - Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) pediram nesta segunda-feira que as autoridades interinas do Egito libertem o presidente deposto Mohamed Mursi, assim como todos os prisioneiros políticos.
"As prioridades chave do Egito devem ser o processo de redigir uma Constituição de maneira inclusiva e democrática, eleições livres e justas, o fim das detenções por motivos políticos e a libertação de todos os presos políticos, incluindo Mohamed Mursi", destacaram em declaração aprovada durante a reunião em Bruxelas.
Os ministros também consideraram como prioridade que as autoridades egípcias respeitem completamente os direitos humanos e liberdades fundamentais de todos os cidadãos, incluindo os direitos das mulheres e dos membros de comunidades religiosas.
Além disso, os ministros pediram que todos os partidos políticos possam trabalhar livremente e desfrutar de "total liberdade de expressão", assim como os meios de comunicação e os jornalistas.
Os ministros reiteraram a "profunda preocupação" pela situação no país e lembraram que muitos egípcios em protesto expressaram sua "legítima preocupação" e sua "profunda frustração" pelo fato de não serem escutados.
Ao mesmo tempo, os ministros afirmaram que as forças armadas "não deveriam desempenhar um papel político em uma democracia" e que "devem aceitar e respeitar a autoridade constitucional e o poder civil como um princípio básico da governança democrática".
"Agora é de vital importância que o Egito embarque em uma transição, que permita a transferência de poderes a um Governo liderado por civis e democraticamente eleito", declararam.
Os ministros também celebraram a "oportuna" viagem na semana passada da alta representante da UE, Catherine Ashton, ao Cairo, onde se reuniu como membros do Governo interino e representantes do anterior executivo e a sociedade civil.
Os representantes também sublinharam que a "inclusão" é chave para o processo de reconciliação do país, e nessa linha pediram a todas as partes que se abstenham de utilizar a violência e respeitem os direitos humanos, e expressaram suas condolências às famílias das pessoas que perderam a vida nos últimos enfrentamentos no país.
Para os ministros europeus, o Egito tem que "avançar rapidamente rumo a um processo de transformação democrática" e a realização "o mais rápido possível" de eleições democráticas.
Nesse contexto, os ministros celebraram a intenção do país de convidar a comunidade internacional para observar os próximas eleições e se mostraram dispostos a proporcionar o apoio necessário de acordo com os padrões internacionais.
Os ministros reconheceram os graves desafios sociais e econômicos enfrentados pelo Egito e pediram às autoridades que se comprometam com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para buscar uma solução.
"Em linha com os princípios e objetivos de sua Política de Vizinhança, a UE seguirá proporcionando apoio ao Egito para que afronte esses desafios", sublinharam, por sua vez pediram avanços democráticos que acham estabilidade no país.
Por último, os ministros indicaram que a UE avalia em grande medida sua relação com o Egito e continua apoiando seu povo "em sua luta pela dignidade, a democracia, a justiça social e uma vida decente".