UE lembra que apoio ao acordo nuclear depende de compromisso do Irã
O Irã está aumento a produção de urânio e pede que os países membros do acordo adotem medidas contra as sanções aplicadas pelos EUA
EFE
Publicado em 6 de setembro de 2019 às 12h01.
Bruxelas — A União Europeia (UE) declarou nesta sexta-feira que o apoio do bloco ao acordo nuclear - pelo qual o Irã se comprometeu a não desenvolver armas nucleares - depende do cumprimento integral por parte do governo iraniano, posicionamento reafirmado após o país islâmico ter programado atividades para acelerar o enriquecimento de urânio, o que é proibido pelo pacto.
"Fomos muito claros e consistentes que o nosso compromisso com o acordo nuclear depende do cumprimento total do Irã", ressaltou a porta-voz do bloco Maja Kocijancic na entrevista coletiva diária da Comissão Europeia.
Kocijancic expressou também a grande "preocupação" da UE em relação ao anúncio feito pelo Irã "sobre uma redução maior dos seus compromissos com o acordo nuclear".
"Seguimos avaliando o cumprimento do Irã", comentou a porta-voz, ao se referir não só sobre a base dos seus compromissos com o acordo nuclear, mas também ao tratado de não proliferação.
Kocijancic lembrou o "papel-chave" da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) de "controlar e verificar a implementação por parte do Irã dos seus compromissos nucleares".
Levando em conta os relatórios do órgão, Kocijancic insistiu para que o Irã "reverta todas as atividades que são inconsistentes com os seus compromissos sob o acordo nuclear e se abstenha de mais medidas que prejudiquem a preservação e implementação" do mesmo.
As autoridades iranianas se preparam para desenvolver a partir desta sexta-feira centrífugas a fim de enriquecer urânio a um ritmo mais rápido. No entanto, o governo continuará com as negociações para salvar o debilitado acordo nuclear de 2015.
Este terceiro passo do Irã na redução dos compromissos nucleares representa um novo golpe para um histórico acordo multilateral que está em risco desde que os Estados Unidos decidiram abandoná-lo no ano passado e voltaram a impor sanções ao país islâmico.