UE concede à Bósnia status de candidato à adesão ao bloco
O gesto foi feito apesar das preocupações persistentes com a situação política desse país, que lida com divisões étnicas desde o fim de uma guerra devastadora, há três décadas
AFP
Publicado em 15 de dezembro de 2022 às 18h32.
Os líderes dos países que compõem a União Europeia (UE) concordaram nesta quinta-feira, 15, em conceder à Bósnia o status de candidato à adesão ao bloco, no início de um longo caminho até uma eventual afiliação plena.
A concessão desse status à Bósnia tinha sido proposta na terça-feira pelos ministros das Relações Exteriores da UE, de forma que o país balcânico de 3,5 milhões de habitantes possa iniciar um processo que na maioria dos casos leva vários anos.
O gesto foi feito apesar das preocupações persistentes com a situação política desse país, que lida com divisões étnicas desde o fim de uma guerra devastadora, há três décadas.
O país permanece praticamente dividido entre uma institucionalidade sérvia (a República Srpska) e uma confederação croata, com as duas partes ligadas de forma tênue por um governo central marcadamente frágil.
Em junho deste ano, durante uma cúpula da UE realizada em Bruxelas, o bloco concedeu o "status" de candidato à Ucrânia, em meio à guerra com a Rússia, assim como à Moldávia, enquanto vários países dos Bálcãs permanecem na sala de espera.
A Macedônia do Norte é, formalmente, um país-candidato à adesão desde 2005; Montenegro, desde 2010; Sérvia, desde 2012; e Albânia, desde 2014.
A Turquia se tornou um país-candidato em 1999 e iniciou negociações formais de adesão em 2005, embora as negociações de adesão estejam praticamente em ponto morto desde 2019.
Já Kosovo é considerado um "candidato potencial", mas sua adesão esbarra no obstáculo fundamental de não ser reconhecido como país independente por vários Estados da UE, como a Espanha.
Nesta semana, o Kosovo anunciou a iniciativa de se apresentar como aspirante à adesão ao bloco. O país se declarou independente em 2008, mas a Sérvia o considera parte de seu território.
A UE está interessada em se expandir para os Bálcãs, de olho na possível influência de atores globais como a Rússia ou a China.
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