Ukraine's President Volodymyr Zelensky speaks during a news conference following the G7 Leaders' Summit in Hiroshima on May 21, 2023. (Photo by Louise Delmotte / POOL / AFP) (Photo by LOUISE DELMOTTE/POOL/AFP via Getty Images) (LOUISE DELMOTTE/POOL/AFP/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 30 de julho de 2023 às 12h00.
A Ucrânia mudou seu feriado oficial do dia de Natal de 7 de janeiro para 25 de dezembro, a última medida para se distanciar de tradições russas por causa da invasão de Vladimir Putin ao país.
O presidente Volodmir Zelenski transformou em lei um projeto de lei parlamentar que visava “abandonar a herança russa de impor celebrações de Natal”.
“A população ucraniana esteve por muito tempo sujeita à ideologia russa em quase todas as esferas da vida, inclusive com o calendário juliano e a celebração do Natal em 7 de janeiro”, afirmou a nota que explica a lei, cujo projeto foi aprovado pelos parlamentares em meados de julho.
O presidente Volodmir Zelenski transformou em lei um projeto de lei parlamentar que visava “abandonar a herança russa de impor celebrações de Natal”.
“A população ucraniana esteve por muito tempo sujeita à ideologia russa em quase todas as esferas da vida, inclusive com o calendário juliano e a celebração do Natal em 7 de janeiro”, afirmou a nota que explica a lei, cujo projeto foi aprovado pelos parlamentares em meados de julho.
Nos últimos anos, Kiev tem cortado laços religiosos, culturais e outros com a Rússia, alinhando-se com o Ocidente. Esse processo aumentou após a invasão em da Rússia em 2022.
Zelenski assinou o projeto de lei na sexta-feira - duas semanas depois de ter sido aprovado pelos legisladores ucranianos.
A legislação também transfere mais dois feriados estaduais, o Dia do Estado Ucraniano, de 28 a 15 de julho, e o Dia dos Defensores, que comemora os veteranos das Forças Armadas, de 14 a 1º de outubro.
Até agora, Moscou não fez comentários públicos sobre o assunto. Durante séculos, primeiro a Rússia imperial e depois a União Soviética dominada por Moscou tentaram - mas sempre falharam - controlar totalmente a Ucrânia.
Isso incluiu a autoridade imposta da Igreja Ortodoxa Russa (ROC) sobre as igrejas da Ucrânia. Mas em 2019, a recém-formada Igreja Ortodoxa da Ucrânia (OCU) obteve a independência do Patriarca Ecumênico Bartolomeu, o líder espiritual dos cristãos ortodoxos em todo o mundo.
A medida provocou uma resposta furiosa no ROC, que está defendendo abertamente a invasão da Ucrânia pelo presidente Vladimir Putin.
Atualmente, existem duas grandes comunidades ortodoxas na Ucrânia: além da UOC, há também a Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscou (UOC-MP), mais longeva -que também declarou sua independência em maio de 2022, quando o patriarca russo Cirilo apoiou a Guerra da Ucrânia.
Cirilo, o máximo representante da Igreja Ortodoxa Russa, é um antigo aliado de Putin. Em 2012, por exemplo, ele chamou o governo russo de “milagre de Deus”.
O motivo na diferença de datas é a existência de dois calendários seguidos pelas diferentes Igrejas.
Enquanto a Igreja Católica segue o calendário gregoriano, proposto pelo Papa Gregório em 1582 com a Bula Inter gravissimas a maior parte das Igrejas Ortodoxas do mundo segue o calendário juliano, criado em 45 a.C., durante o Império de Júlio César.
Assim, o 25 de dezembro no calendário gregoriano corresponde ao 7 de janeiro no calendário juliano.
E o 6 de janeiro, vigília de Natal para as Igrejas ortodoxas, marca a Epifania, festa cristã que comemora a manifestação de Jesus Cristo como Deus encarnado, que é celebrada por sua vez em 19 de janeiro pelas Igrejas ortodoxas.