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Turquia coloca sob seu controle principal jornal do país

A pedido da promotoria de Istambul, um tribunal nomeou um administrador público para assumir o controle da gestão do "Zaman"

Liberdade de imprensa: outros veículos de comunicação - dois jornais e duas televisões - foram fechados há 4 dias (Umit Bektas / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de março de 2016 às 12h07.

Ancara - O governo islamita da Turquia colocou nesta sexta-feira sob seu controle o jornal "Zaman", o maior do país, crítico ao poder e próximo ao predicador Fetullah Gülen, acusado de terrorismo pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

A pedido da promotoria de Istambul, um tribunal dessa cidade nomeou um administrador público para assumir o controle da gestão do "Zaman", informou a agência de notícia semiestatal "Anadolu".

Outros veículos de comunicação - dois jornais e duas televisões - supostamente também próximos a Gülen e postos sob administração no ano passado, foram fechados há quatro dias.

O grupo de meios de comunicação "Zaman", ao qual pertence também a agência de notícias "Cihan", é próximo a Gülen, islâmico exilado nos Estados Unidos e que tinha sido inicialmente um grande aliado de Erdogan, embora nos últimos anos se transformou em seu rival.

O governante partido de Justiça e Desenvolvimento (AKP), fundado por Erdogan, acusa Gülen e seus seguidores de ter solapado todas as esferas do Estado turco, como a Justiça e a polícia, para criar o que chama um "Estado paralelo".

Abdülhamit Bilici, diretor do jornal "Zaman", garantiu hoje que a nomeação do administrador viola a Constituição turca.

"Peço a todos com bom senso e noção democrática que defendam a liberdade e o jornal 'Zaman'", afirmou o jornalista em uma primeira reação.

Perante os crescentes rumores hoje sobre um iminente controle estatal do "Zaman", o grupo de direitos humanos Anistia Internacional criticou em comunicado o "contínuo ataque" contra os veículos de imprensa críticos ao governo turco.

"Ao atacar e buscar controlar as vozes críticas, o governo do presidente (Recep Tayyip) Erdogan está infringindo os direitos humanos", disse a AI em nota divulgada hoje.

"Veículos de imprensa livres e independentes, junto com o Estado de direito e uma Justiça independente, são os pilares das liberdades internacionalmente garantidas às quais todos têm direito na Turquia", concluiu a AI.

"Zaman", que tem também uma versão em idioma inglês (Today's Zaman), é o jornal de maior circulação da Turquia, com 650 mil exemplares, quase o dobro do seguinte periódico, "Hurriyet", que tem uma tiragem de 350 mil.

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Ancara - O governo islamita da Turquia colocou nesta sexta-feira sob seu controle o jornal "Zaman", o maior do país, crítico ao poder e próximo ao predicador Fetullah Gülen, acusado de terrorismo pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

A pedido da promotoria de Istambul, um tribunal dessa cidade nomeou um administrador público para assumir o controle da gestão do "Zaman", informou a agência de notícia semiestatal "Anadolu".

Outros veículos de comunicação - dois jornais e duas televisões - supostamente também próximos a Gülen e postos sob administração no ano passado, foram fechados há quatro dias.

O grupo de meios de comunicação "Zaman", ao qual pertence também a agência de notícias "Cihan", é próximo a Gülen, islâmico exilado nos Estados Unidos e que tinha sido inicialmente um grande aliado de Erdogan, embora nos últimos anos se transformou em seu rival.

O governante partido de Justiça e Desenvolvimento (AKP), fundado por Erdogan, acusa Gülen e seus seguidores de ter solapado todas as esferas do Estado turco, como a Justiça e a polícia, para criar o que chama um "Estado paralelo".

Abdülhamit Bilici, diretor do jornal "Zaman", garantiu hoje que a nomeação do administrador viola a Constituição turca.

"Peço a todos com bom senso e noção democrática que defendam a liberdade e o jornal 'Zaman'", afirmou o jornalista em uma primeira reação.

Perante os crescentes rumores hoje sobre um iminente controle estatal do "Zaman", o grupo de direitos humanos Anistia Internacional criticou em comunicado o "contínuo ataque" contra os veículos de imprensa críticos ao governo turco.

"Ao atacar e buscar controlar as vozes críticas, o governo do presidente (Recep Tayyip) Erdogan está infringindo os direitos humanos", disse a AI em nota divulgada hoje.

"Veículos de imprensa livres e independentes, junto com o Estado de direito e uma Justiça independente, são os pilares das liberdades internacionalmente garantidas às quais todos têm direito na Turquia", concluiu a AI.

"Zaman", que tem também uma versão em idioma inglês (Today's Zaman), é o jornal de maior circulação da Turquia, com 650 mil exemplares, quase o dobro do seguinte periódico, "Hurriyet", que tem uma tiragem de 350 mil.

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