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Turquia ataca curdos antes de sessão parlamentar emergencial

A aviação turca realizou na madrugada desta quarta-feira novos ataques contra posições dos rebeldes curdos no norte do Iraque e no sudeste da Turquia


	Combatentes curdos: a reunião de emergência do parlamento, com seus 550 deputados, se anuncia tensa
 (AFP)

Combatentes curdos: a reunião de emergência do parlamento, com seus 550 deputados, se anuncia tensa (AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2015 às 10h34.

O parlamento turco se reúne nesta quarta-feira de emergência para abordar a guerra contra o terrorismo lançada pelo governo contra o Estado Islâmico e os rebeldes curdos, depois que Ancara voltou a bombardear posições do PKK no Iraque e na Turquia.

A aviação turca realizou na madrugada desta quarta-feira uma nova série de ataques contra posições dos rebeldes curdos no norte do Iraque e no sudeste da Turquia, segundo anunciou o governo de Ancara.

"Durante a madrugada de 28 a 29 de julho, foram realizadas operações aéreas contra o grupo terrorista" PKK (Partido dos Trabalhadores Curdos) "dentro e fora da Turquia", anunciou o gabinete do primeiro-ministro em um comunicado.

Na nota, também são enumeradas seis posições do PKK no norte do Iraque atingidas pelo exército.

Foram destruídos "refúgios, depósitos, bases logísticas e covas usadas pelo PKK", afirma o texto.

Caças F-16 turcos realizam ataques diários contra posições do PKK desde a última sexta-feira, no âmbito da guerra contra o terrorismo lançada pelo presidente Recep Tayyip Erdogan após o atentado de 20 de julho em Suruc, perto da fronteira síria, que deixou 32 mortos entre um grupo de militantes da causa curda.

Este atentado, atribuído ao grupo Estado Islâmico (EI), motivou ataques fatais da guerrilha curda contra as forças de segurança turcas, denunciando sua passividade diante dos jihadistas.

O exército turco também bombardeou depois do ataque em Suruc posições do EI na Síria, mas nos últimos dias não foi registrado nenhum outro ataque.

A reunião de emergência do parlamento, com seus 550 deputados, se anuncia tensa. O governo islâmico-conservador de Ahmet Davutoglu recebeu na véspera um "firme apoio" por parte da Otan.

A Aliança Atlântica, reunida de emergência na terça-feira, em Bruxelas, a pedido da Turquia deu seu apoio ao governo de Ancara em sua dupla ofensiva contra os rebeldes curdos e o grupo Estado Islâmico.

"A Otan segue de perto o desenvolvimento da situação e asseguramos ao nosso aliado turco nossa forte solidariedade", disse o secretário-geral da Otan, o norueguês Jens Stoltenberg, ao abrir a reunião de embaixadores dos 28 países membros da Aliança.

"O terrorismo sob todas as suas formas não pode de jeito nenhum ser tolerado ou justificado", explicou Stoltenberg, citando a "instabilidade às portas da Turquia e nas fronteiras da Otan".

O governo turco, acusado durante anos de conivência com as organizações radicais que lutam contra o regime sírio, mudou de estratégia na semana passada, após o atentado em Suruc (sul), atribuído ao EI, e a morte de um de seus soldados em um ataque jihadista na fronteira síria.

O presidente Recep Tayyip Erdogan reafirmou na terça-feira que não cederá à ameaça terrorista e que continuará com determinação sua luta contra os jihadistas do Estado Islâmico (EI) e os rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

"De forma alguma vamos voltar atrás. É um processo longo e este processo seguirá com a mesma determinação", disse Erdogan.

Desde sexta-feira, o exército turco está realizando ataques aéreos contra alvos jihadistas na Síria. O governo também deu sua autorização, esperada há tempos, para que os aviões americanos que bombardeiam o EI na Síria e no Iraque possam usar a base de Incirlik, no sul do país.

Estados Unidos e Turquia decidiram na segunda-feira reforçar sua cooperação militar para erradicar o EI da zona que ocupa no norte da Síria, ao longo da fronteira turca.

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