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Trump pede que México combata cartéis após massacre de família mórmon

"É a hora do México, com a ajuda dos Estados Unidos, iniciar a guerra contra os cartéis de drogas e apagá-los da face da Terra", tuitou o presidente

Donald Trump: "Se o México precisar ou pedir ajuda para se livrar desses monstros, os Estados Unidos estão prontos" (Jonathan Ernst/Reuters)

Donald Trump: "Se o México precisar ou pedir ajuda para se livrar desses monstros, os Estados Unidos estão prontos" (Jonathan Ernst/Reuters)

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AFP

Publicado em 5 de novembro de 2019 às 13h01.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu às autoridades mexicanas nesta terça-feira (5) que iniciem uma "guerra aos cartéis de drogas", depois do ataque a uma comunidade mórmon americana no norte do México que matou três mulheres e seis crianças, todas da mesma família.

"Se o México precisar ou pedir ajuda para se livrar desses monstros, os Estados Unidos estão prontos, dispostos e capazes de se envolver para fazer o trabalho de maneira limpa e eficaz", afirmou Trump no Twitter.

"É a hora do México, com a ajuda dos Estados Unidos, iniciar a guerra contra os cartéis de drogas e apagá-los da face da Terra. Estamos aguardando a chamada do novo presidente", acrescentou Trump.

Já o presidente mexicano, Manuel López Obrador, anunciou mais cedo hoje que pretende conversar com seu colega americano a respeito da chacina na comunidade mórmon em seu país.

"Toda a cooperação necessária: é isso que vou dizer ao presidente Trump, e ver em que eles podem ajudar, mas cuidando da nossa soberania, assim como eles fazem e como todos os países fazem", declarou López Obrador em sua entrevista coletiva matinal diária.

As nove pessoas de uma comunidade mórmon americana instalada no norte do México há mais de um século foram assassinadas na segunda-feira por um grupo de homens armados.

Zona de guerra

Após a chacina, Julián Lebarón, líder mórmon e ativista, denunciou que criminosos que agem na região de Rancho de la Mora, na divisa entre os estados de Sonora e Chihuahua, na fronteira com os Estados Unidos, foram os autores da morte de sua prima e da família dela.

"Minha prima Rhonita seguia com seu marido para o aeroporto de Phoenix (EUA) quando foi emboscada. Atiraram e queimaram sua caminhonete com ela e seus quatro filhos (...). Foi um massacre", disse Lebarón à Rádio Fórmula.

O ativista revelou que seus familiares encontraram a caminhonete calcinada e com os corpos da mulher e das quatro crianças dentro.

Os criminosos sequestraram duas caminhonetes dirigidas por mulheres que transportavam oito ou nove menores de idade, segundo Lebarón.

Algumas horas depois, os dois veículos foram localizados com as duas mulheres que os conduziam mortas a tiros, assim como dois menores de idade, um menino e uma menina, também falecidos.

Entre cinco e seis crianças conseguiram caminhar até sua casa, uma delas com um ferimento de bala.

Durante a noite, a comunidade mórmon, policiais e militares procuravam outra menor de idade que teria se escondido em um bosque.

Perguntado sobre quem poderia ter cometido o crime, Lebarón disse que "aqui é uma zona de guerra", onde agem os cartéis das drogas e todo tipo de "matador".

Segundo a imprensa mexicana, a maioria dos desaparecidos tem dupla nacionalidade, mexicana e americana.

Lebarón faz parte de uma comunidade de mórmons que se transferiu para o México no final do século XIX, em meio à perseguição nos Estados Unidos por suas tradições, em especial a poligamia.

Com o aumento da violência ligada ao narcotráfico, estas comunidades se viram afetadas. Benjamín Lebarón, irmão de Julián, tornou-se um ativista, ao criar a organização SOS Chihuahua, que denunciava grupos criminosos.

Benjamín foi assassinado por homens armados junto com seu cunhado em julho de 2009, após liderar manifestações contra o sequestro de seu irmão de 16 anos.

Os mórmons se negaram a pagar o resgate, e o jovem Lebarón foi enfim libertado.

Em meio à violência ligada ao narcotráfico, mais de 250 mil pessoas morreram no México desde dezembro de 2006, quando o governo lançou uma polêmica operação antidrogas. Deste total, os dados oficiais não especificam quantos casos estariam relacionados à criminalidade.

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