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Trump é chamado de 'maior pirata do Caribe' por manifestantes chavistas

Grupo percorreu 20 km de moto com fantasias e faixas contra apreensão de petroleiros; Venezuela acusa os EUA de pirataria

Venezuela: A manifestação, marcada por símbolos de resistência e cartazes em inglês, teve como alvo direto o presidente americano Donald Trump (PEDRO MATTEY/AFP)

Venezuela: A manifestação, marcada por símbolos de resistência e cartazes em inglês, teve como alvo direto o presidente americano Donald Trump (PEDRO MATTEY/AFP)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 23 de dezembro de 2025 às 14h04.

Motociclistas vestidos de piratas tomaram as ruas de Caracas na segunda-feira, 22, em protesto contra a apreensão de petroleiros venezuelanos pelos Estados Unidos.

A manifestação, marcada por símbolos de resistência e cartazes em inglês, teve como alvo direto o presidente americano Donald Trump, chamado pelos participantes de “o maior pirata do Caribe”.

Desde o dia 10 de dezembro, os EUA confiscaram dois navios com petróleo da Venezuela. A operação faz parte de um destacamento militar de grande escala no Caribe, ordenado por Trump, que declarou publicamente que o “mais inteligente” que Nicolás Maduro poderia fazer seria renunciar ao poder.

"Eles estão nos invadindo, tomando o que é nosso e levando embora", disse Luis Rojas, um dos participantes da caravana que percorreu cerca de 20 km pela capital venezuelana à agência AFP.

“Somos um país de paz, mas estamos preparados para a guerra. Estamos apoiando o processo revolucionário e ninguém vai nos tirar daqui.”

Os protestos contaram com faixas que diziam “no war, yes peace” e imagens de Trump caracterizado como pirata.

Um motociclista com uma placa presa à sua moto com os dizeres

Um motociclista com uma placa presa à sua moto com os dizeres "Atenção, todos os povos: Trump é uma ameaça para toda a região" participa de uma carreata em protesto contra os Estados Unidos em Caracas, em 22 de dezembro de 2025. Vestidos de piratas, dezenas de motociclistas percorreram Caracas em 22 de dezembro para protestar contra a apreensão de navios que transportavam petróleo venezuelano pelos Estados Unidos, como parte do bloqueio imposto a petroleiros sancionados (PEDRO MATTEY/AFP)

Segundo o manifestante Manuel Rincón, a caravana foi uma forma de repudiar diretamente as ações dos EUA: “Saímos para repudiar o maior pirata do Caribe.” Vários participantes usavam chapéus de três pontas com caveiras brancas e lenços vermelhos, em alusão ao visual típico de piratas.

Washington, por sua vez, defende que o deslocamento militar na região está ligado a ações de combate ao narcotráfico. Já o governo de Nicolás Maduro afirma que a real intenção é promover sua destituição.

Crise geopolítica chega ao petróleo venezuelano

A intensificação das ações americanas no Caribe ocorre em um momento de forte deterioração das relações entre os governos de Trump e Maduro.

O foco da crise agora é o petróleo, principal ativo da economia venezuelana e alvo direto das sanções impostas por Washington.

As medidas incluem interceptar embarcações e o bloqueio de exportações, afetando diretamente a capacidade da Venezuela de gerar divisas.

Segundo analistas, o governo americano busca ampliar a pressão sobre o regime chavista, usando a dependência do petróleo como instrumento de desgaste político e econômico.

Com informações da agência AFP.

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