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Trump ameaça retirar ajuda financeira a palestinos

Trump, falando depois de um encontro com o primeiro-ministro israelense, em Davos, disse que busca a paz no Oriente Médio

Trump: Washington já havia dito que reteria cerca da metade do auxílio inicial que planejava dar a uma agência da ONU que serve os palestinos (Nicholas Kamm/AFP)

Trump: Washington já havia dito que reteria cerca da metade do auxílio inicial que planejava dar a uma agência da ONU que serve os palestinos (Nicholas Kamm/AFP)

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Reuters

Publicado em 25 de janeiro de 2018 às 16h35.

Davos - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou cortar o auxílio financeiro do país aos palestinos se eles não buscarem a paz com Israel, dizendo que os palestinos haviam desprezado os EUA por não terem se encontrado com o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, durante uma visita recente.

Trump, falando depois de um encontro com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, disse que busca a paz no Oriente Médio.

Os palestinos ignoraram a visita de Pence à região neste mês depois que Trump reconheceu Jerusalém como a capital de Israel e prometeu transferir a embaixada dos EUA para a cidade, cujo status está no centro do conflito entre israelenses e palestinos.

O aval de Trump, em dezembro, sobre a reivindicação de Israel sobre Jerusalém como sua capital desencadeou a condenação de líderes árabes e críticas em todo mundo. Também rompeu com décadas de política externa dos EUA de que o status da cidade deveria ser decidido nas negociações entre Israel e os palestinos.

"Quando eles nos desrespeitaram há uma semana por não permitirem que nosso grande vice-presidente os visitasse, e nós damos a eles centenas de milhões de dólares em ajuda e apoio, números tremendos, números que ninguém entende -- esse dinheiro está na mesa e esse dinheiro não vai para eles, a menos que negociem a paz", afirmou Trump.

Washington já havia dito que reteria cerca da metade do auxílio inicial que planejava dar a uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que serve os palestinos.

Um porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que os Estados Unidos se colocaram "fora da mesa" como um mediador da paz desde o reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel.

"Os direitos dos palestinos não estão à altura de nenhuma barganha e Jerusalém não está à venda. Os Estados Unidos não podem ter qualquer papel a menos que retirem sua decisão de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel", disse o porta-voz Nabil Abu Rdainah à Reuters por telefone da Jordânia.

Abbas classificou a declaração de Trump sobre Jerusalém de "uma bofetada no rosto" e rejeitou Washington como um mediador honesto em futuras negociações com Israel. Abbas partiu para uma visita ao exterior antes que Pence chegasse.

O governo de Israel considera Jerusalém como sua capital eterna e indivisível, embora não seja reconhecida internacionalmente. Os palestinos veem Jerusalém Oriental como a capital de um futuro Estado palestino.

Trump disse que os palestinos tinham que se juntar à mesa de negociações.

"Porque eu posso dizer-lhes que Israel quer fazer a paz e eles terão que querer fazer a paz também ou não teremos mais nada o que fazer com eles", declarou Trump.

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