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Tráfego no Mar Vermelho caiu 30% após ataques huthis, segundo FMI

Desde 19 de novembro, os rebeldes huthis, que controlam grandes partes do Iêmen, lançaram mais de 35 ataques contra embarcações no Mar Vermelho e no Golfo de Áden

Os países da UE já deram seu apoio inicial ao plano e esperam conclui-lo em uma reunião de ministros das Relações Exteriores do bloco prevista para 19 de fevereir (Amanda Mouawad/AFP Photo)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 31 de janeiro de 2024 às 14h38.

O tráfego de navios comerciais no Mar Vermelho caiu 30% este ano devido aos ataques dos rebeldes huthis do Iêmen,afirmou nesta quarta-feira, 31, o Fundo Monetário Internacional (FMI).

"O tráfego de navios comerciais (...) caiu quase 30%", afirmou Jihad Azour, diretor do departamento de Oriente Médio e Ásia Central do FMI. "A queda do comércio acelerou no início do ano".

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Segundo a plataforma PortWatch do FMI, o volume de tráfego pelo Canal de Suez, que liga o Mar Vermelho ao Mediterrâneo, reduziu em 37% entre 1º e 16 de janeiro de 2024 em comparação com o mesmo período do ano passado.

Desde 19 de novembro, os rebeldes huthis, que controlam grandes partes do Iêmen, lançaram mais de 35 ataques contra embarcações no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, segundo o Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

Isto provocou uma interrupção do tráfego marítimo nesta zona crucial, por onde passa até 12% do comércio mundial.

Os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã, dizem querer evitar que embarcações vinculadas à Israel naveguem na costa do Iêmen, "em solidariedade" aos palestinos da Faixa de Gaza, assolada pela guerra entre Israel e Hamas que começou em 7 de outubro.

Seus ataques obrigaram muitas empresas de navegação a evitar a região e contornar a África para cobrir as rotas entre Ásia e Europa, com os correspondentes aumentos dos custos do transporte e dos prazos de entrega.

Em resposta, Estados Unidos e Reino Unido lançaram vários ataques para destruir bases huthis no Iêmen, mas até agora os rebeldes conservam sua capacidade de fogo.

Missão naval europeia

"O nível de incerteza é extremamente alto e a evolução da situação determinará a magnitude da mudança e a alteração dos modelos de negócios em termos de volume e também de sustentabilidade", disse Azour à imprensa.

"Estamos à beira de uma grande mudança nas rotas comerciais e isto é temporário devido ao aumento dos custos e ao comprometimento dos fundos de segurança?", perguntou.

Os Estados Unidos, o principal aliado de Israel, criaram uma coalizão para patrulhar o Mar Vermelho e "proteger" o tráfego dos ataques huthis, os quais qualificam como "terroristas", sem conseguir contê-los até o momento.

O Mar Vermelho é também vital para o comércio da União Europeia (UE) e, na semana passada, o comissário europeu do Comércio, Valdis Dombrovskis, indicou que o tráfego através desse mar caiu 22% em um mês.

A UE tenta lançar sua própria missão naval no Mar Vermelho para ajudar a proteger o transporte marítimo internacional.

Os países da UE já deram seu apoio inicial ao plano e esperam conclui-lo em uma reunião de ministros das Relações Exteriores do bloco prevista para 19 de fevereiro.

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