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Trabalhadores rurais esperam veto de Dilma

Eles reivindicam que não haja anistia para os grandes produtores que desmataram áreas protegidas

Trabalhadores da Fetraf e da Via Campesina realizam protesto na Esplanada e avenidas da capital federal em defesa do Código Florestal (Marcello Casal Jr./ABr)

Trabalhadores da Fetraf e da Via Campesina realizam protesto na Esplanada e avenidas da capital federal em defesa do Código Florestal (Marcello Casal Jr./ABr)

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Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2011 às 14h18.

Brasília – Cerca de 2 mil trabalhadores rurais e militantes ambientalistas de 18 estados brasileiros estão concentrados na frente do Congresso Nacional em vigília contra a votação do projeto substitutivo (relatório) do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) que cria um novo Código Florestal.

A expectativa dos manifestantes é que a votação não ocorra hoje. Se isso ocorrer, eles pedem que a extensão das áreas de preservação permanentes não seja alterada e que não haja anistia para quem desmatou na faixa que deveria ser protegida. Caso a votação passe assim, as esperanças recaem sobre alterações no projeto no Senado e, por fim, no veto da presidenta Dilma Rousseff.

“Nós acreditamos na capacidade do governo. Chegou a hora de mostrar se tem ou não base aliada”, disse Carmen Foro, secretária de Meio Ambiente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que espera “bom senso” dos parlamentares. “Se [os deputados] votarem a favor do agronegócio, nossa luta será no Senado. Se passar a anistia, iremos pressionar pelo veto”, disse a dirigente.

Para a presidenta da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf), Elisângela Araújo, os movimentos sociais “têm conseguido dar o recado ao núcleo do governo”. Para ela, “Dilma deu sinais de querer tratar a agricultura familiar de uma forma diferente. O que está em disputa é um modelo de agricultura. Queremos barrar o avanço da monocultura”, disse.

Para o coordenador da secretaria-geral da Fetraf, Marcos Rochinski, a bancada favorável ao agronegócio tenta convencer a opinião pública de que a manutenção do atual código ou a não concessão da anistia traria problemas à agricultura familiar. “Isso é uma irresponsabilidade”, classificou ao dizer que a estratégia inclui “polemizar o interesse de ambientalistas e da produção de alimentos”.

Os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente), disseram à Agência Brasil que o governo é contrário a conceder anistia.

Dentro do Congresso Nacional, ruralistas se manifestavam em favor da aprovação do relatório de Aldo Rebelo. Ronaldo Caiado (DEM-GO), ex-presidente da União Democrática Ruralista, disse que se a presidenta Dilma Rousseff não sancionar a lei, conforme aprovado no parlamento, ele entrará de licença por 30 dias para “mobilizar os produtores rurais de todo o Brasil” e derrubar o veto.

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