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Tempestade Boris deixa ao menos 15 mortos e enchentes na Europa central

Ventos e chuvas fortes atingem a Áustria, a República Tcheca, a Hungria, a Romênia e a Eslováquia

Destruição após a tempestade Boris em Jesenik, República Tcheca, em 16 de setembro de 2024 (AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 16 de setembro de 2024 às 12h24.

Última atualização em 16 de setembro de 2024 às 12h28.

A devastadora tempestade Boris deixou pelo menos quinze mortos, graves inundações e danos materiais ainda difíceis de quantificar em cinco países daEuropa Central e Oriental, segundo os balanços divulgados nesta segunda-feira, 16.

Ventos e chuvas fortes atingem a Áustria, a República Tcheca, a Hungria, a Romênia e a Eslováquia desde o final da semana passada.

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Além das sete mortes registradas na Romênia, a Áustria anunciou duas novas mortes – de dois homens com 70 e 80 anos – depois da de um bombeiro no dia anterior.

Na República Tcheca, a polícia confirmou à rádio estatal a morte de uma pessoa que se afogou, além de sete desaparecidos.

A polícia polonesa relatou quatro vítimas e o primeiro-ministro Donald Tusk anunciou a ajuda imediata de 260 milhões de dólares (1,44 bilhão de reais na cotação atual).

Dramático

"Moro aqui há 16 anos e nunca vi enchentes como esta", disse a austríaca Judith Dickson à rádio ORF.
Especialistas afirmam que a mudança climática, causada pelas emissões de gases com efeito de estufa geradas pela atividade humana, aumenta a frequência e a intensidade de fenômenos meteorológicos extremos, como chuvas torrenciais e inundações.

As chuvas de Boris inundaram ruas e submergiram bairros inteiros, interromperam o transporte público, romperam pelo menos 12 barragens e deixaram milhares de casas sem energia na Áustria.

Dois idosos na faixa dos 70 e 80 anos foram encontrados mortos em suas casas inundadas no estado da Baixa Áustria, um dos mais afetados do país, informou a polícia. Um bombeiro morreu no fim de semana enquanto participava dos resgates.

Centenas de pessoas foram evacuadas de helicóptero dos telhados das casas e capôs dos carros, e várias comunidades permanecem isoladas.

"Não acabou. Ainda é crítico. Ainda é dramático", alertou Johanna Mikl-Leitner, governadora da Baixa Áustria, acrescentando que a extensão exata dos danos ainda não é conhecida.

Um pesadelo

Na República Tcheca, uma pessoa se afogou em um rio e as autoridades relataram sete desaparecidos.

Cerca de 119 mil casas, a maioria no nordeste do país – onde foi declarado estado de calamidade – ficaram sem eletricidade na noite de domingo, segundo a fornecedora CEZ.

Em Krnov, no leste do país, Eliska Cokreska, de 76 anos, descreveu a destruição deixada pela tempestade. "Todas as calçadas estão destruídas, tudo desabou, tudo está quebrado ao redor da loja... é um pesadelo", disse à AFP.

Na Polônia, a polícia atualizou para quatro o número de mortes nas zonas afetadas pela catástrofe (o balanço anterior reportava uma morte), mas observou que ainda era necessário esclarecer as causas exatas dos óbitos.

O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, anunciou ajuda imediata de 260 milhões de dólares para as regiões afetadas. Em algumas cidades, como Klodzko, a água começa a baixar, mas no norte são esperadas mais enchentes.

A água também submergiu a cidade de Glucholazy, na fronteira entre a Polônia e a República Tcheca, onde muitos moradores se refugiaram em uma escola.

"A polícia veio nos ver na sexta-feira, mas ficamos em casa porque estávamos convencidos de que nada aconteceria", disse à AFP Joanna Polacasz, que foi obrigada a se refugiar na escola após a repentina subida das águas.

Na Romênia, as inundações deixaram seis mortos. Muitos moradores tiveram que subir nos telhados de suas casas para salvar suas vidas.

No noroeste da Hungria, o governo destacou mais de 350 militares para reforçar as barreiras contra inundações, esperando um aumento do fluxo do Danúbio e dos rios que correm através da sua bacia.

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