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Teatros e cinemas italianos fecham em protesto por cortes na cultura

Greve geral no setor deve alcançar 250 mil trabalhodores; sindicatos querem fim de corte no orçamento da cultura

A reestruturação dos estúdios Cinecittà, em Roma, é um dos pedidos dos manifestantes (Wikimedia Commons)

A reestruturação dos estúdios Cinecittà, em Roma, é um dos pedidos dos manifestantes (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2010 às 12h52.

Roma - Teatros e cinemas de toda a Itália fecharam nesta segunda-feira em protesto por cortes na área da cultura previstos pelo Governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, no marco de uma greve geral convocada pelos principais sindicatos do país e à qual aderiram 250 mil trabalhadores do setor.

A mobilização é um protesto contra as reduções no setor previstas na Lei de Orçamento Geral de 2011, aprovada na sexta-feira na Câmara dos Deputados e pendente de aprovação no Senado.

Entre os ajustes promovidos pelo Governo figuram, entre outros, cortes do Fundo Único para o Espetáculo (FUS) e a redução dos fundos previstos para o Ministério de Bens e Atividades Culturais, calculados em uns 280 milhões de euros.

Além disso, os trabalhadores do setor protestam contra a desarticulação das produções audiovisuais e pedem a criação e a valorização do desenvolvimento das infraestruturas da indústria cinematográfica e audiovisual, a partir de uma plena recuperação dos estúdios de Cinecittà.

Na capital italiana a principal manifestação está convocada no histórico cinema Adriano, onde no começo da manhã já haviam se reunido 1,5 mil pessoas, e que permanecerá fechado o dia todo.

Em Gênova está previsto um concerto de Zubin Metha em apoio ao protesto, enquanto que em Milão são previstos discursos do superintendente da Scala, Stéphane Lissner, e do ator das aclamadas "Il Divo" e "Gomorra", Toni Servillo.

A mobilização chega em plena crise de Governo e em particular do atual Ministério de Cultura italiano, liderado por Sandro Bondi, que se submeterá a uma moção de censura o próximo 29 de novembro.

Além das críticas pelos cortes orçamentários, Bondi sofreu duras acusações de abandonar a área arqueológica de Pompéia, após o desabamento do depósito histórico de armas dos gladiadores, Domus dos Gladiadores, no dia 06 de novembro.

O ministro admitiu hoje que o protesto está baseado "em argumentos justos", segundo a imprensa italiana. "Não posso deixar de compreender as razões da proposta do mundo do espetáculo, que apesar de pecar em certa instrumentação política, coloca problemas reais", disse, reafirmando sua promessa de manter os incentivos fiscais a favor do cinema e de reforçar os fundos do FUS.

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