O último atentado em Kismayo ocorreu na terça-feira, quando quatro civis morreram e vários ficaram feridos (Carl de Souza/AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de novembro de 2012 às 20h15.
Mogadíscio - Mais de 400 pessoas suspeitas de apoiar a milícia radical islâmica Al Shabab foram presas nesta quinta-feira na cidade portuária de Kismayo, antigo bastião dos islamitas a cerca de 500 quilômetros ao sul de Mogadíscio.
As detenções foram efetuadas durante uma grande operação realizada pelo Exército Nacional Somali e a milícia pró-governo Raskamboni, informou à Agência Efe Abdinasir Serar, porta-voz das forças somalis na cidade.
''Iniciamos a operação de segurança em Kismayo após ver supostos membros da Al Shabab na cidade e a ocorrência de uma série de ataques'', disse Serar.
''Prendemos cerca de 450 pessoas. Amanhã haverá uma investigação. O motivo da operação é o grande número de civis mortos e feridos na cidade'' por ataques cometidos pela Al Shabab, disse o porta-voz.
Serar acrescentou que a ofensiva contra os simpatizantes da milícia radical continuará até a pacificação de Kismayo.
Najmo Yousef, morador da cidade, confirmou à Efe que ''centenas de pessoas foram detidas pelas forças do governo da Somália em uma enorme operação de segurança''.
O último atentado em Kismayo ocorreu na terça-feira, quando quatro civis morreram e vários ficaram feridos após a explosão de uma bomba em um restaurante. Forças da Missão da União Africana na Somália (Amisom) tomaram o controle de Kismayo da Al Shabab no final de setembro.
A importância de Kismayo é o seu porto, que gerava grandes receitas para os radicais com as exportações e que também servia como ponto de entrada de armamento.
No entanto, os islamitas controlam ainda amplas zonas do centro e do sul do país, onde o frágil governo somali ainda não está em condições de impor sua autoridade.
As tropas da Amisom, o exército somali, as forças etíopes e milícias pró-governo combatem a Al Shabab, que em fevereiro anunciou sua união formal à rede terrorista Al Qaeda e que tem como objetivo instaurar um Estado muçulmano wahhabista no país.
A Somália vive em um estado de guerra civil e caos desde 1991, quando o ditador Mohammed Siad Barré foi derrubado, o que deixou o país sem um governo efetivo e em mãos de milícias islamitas, senhores da guerra e grupos de criminosos de armados.