'Dominique Strauss-Kahn está disposto a se explicar e pede novamente que seja ouvido o mais rápido possível', informaram advogados do ex-diretor (Francois Guillot)
Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2011 às 12h10.
Paris - O ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn denunciou nesta sexta-feira o que considerou como um 'linchamento midiático', nas palavras de seus advogados, no caso de lenocínio (exploração ou facilitação da prostituição) investigado em Lille, no norte da França.
O político socialista também pediu para depor 'o mais rápido possível', informou nesta sexta-feira a imprensa francesa, um dia depois da publicação de mensagens de celular supostamente enviadas por Strauss-Kahn a um empresário investigado nesse caso.
'Qualquer pessoa vê o quanto essas informações são mal-intencionadas, sensacionalistas e cheias de intenções políticas. Essa situação não pode continuar', afirmaram os advogados em comunicado.
'Dominique Strauss-Kahn está disposto a se explicar e pede novamente que seja ouvido o mais rápido possível', acrescentou a nota.
A imprensa francesa divulgou na quinta-feira o conteúdo de várias mensagens de texto que Strauss-Kahn supostamente enviou por celular ao empresário Fabrice Paszkowski, processado por esse caso, nas quais propunha encontros com 'garotas' em lugares descritos como 'discotecas picantes'.
A imprensa francesa evitou revelar como teve acesso às mensagens que fazem parte da investigação, embora tenha publicado diversas delas com detalhes.
'Vou levar uma menina a uma 'discoteca' de Viena na quinta-feira 14 de maio. Quer vir com uma garota?', diz uma das mensagens. Em outra, Strauss-Kahn pergunta: 'Quer conhecer uma boate em Madri comigo (e com material)?'.
A primeira das mensagens data aparentemente de junho de 2009, segundo o jornal 'Libération', que publicou que há outra mensagem na qual o ex-diretor-gerente admitiu, em 30 de julho de 2010: 'São duas da manhã, bebemos uma garrafa de champagne a mais. Minha dívida vai ser enorme'.
Outras das mensagens supostamente enviadas por DSK seriam a prova de que o político socialista teria colocado Paszkowski em contato com importantes políticos franceses.
Por conta deste caso descoberto em Lille, as autoridades judiciais francesas anularam há poucos dias a ordem de fechamento de dois hotéis relacionados ao caso e onde supostamente aconteciam os encontros com prostitutas dos quais Strauss-Kahn teria participado.
O juiz instrutor acusou várias pessoas, entre elas o comissário responsável da polícia de Lille, Jean-Christophe Lagarde, acusado de lenocínio e receptação de apropriação indébita de bens.
O comissário Lagarde é acusado de ter levado prostitutas a grupos de clientes entre os quais o jornal 'Le Figaro' citou diretores do clube de futebol de Lille, políticos eleitos dessa cidade, um ex-ministro, responsáveis de um grupo de imprensa e o próprio Strauss-Kahn.
Também foram processados Paszkowski e sua ex-esposa, Virginie Dufour, além do diretor da Eiffage, David Roquet, que foi afastado de seu cargo nessa empresa em caráter preventivo.
De acordo com o 'Le Figaro', em uma inspeção na casa de Roquet, foram encontradas faturas vinculadas a esse caso e em algumas delas havia uma menção a 'DSK'.
O nome do ex-dirigente do FMI também foi citado nas escutas feitas pela investigação do caso no início do ano.