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SPD aprova início de diálogo com conservadores de Merkel

A decisão é tomada no primeiro dia do congresso federal do SPD, realizado em Berlim e que vai até sábado, após um intenso debate

Merkel: o presidente do SPD, Martin Schulz, afirmou que todas as opções sobre a mesa serão atualizadas (Axel Schmidt/Reuters)

Merkel: o presidente do SPD, Martin Schulz, afirmou que todas as opções sobre a mesa serão atualizadas (Axel Schmidt/Reuters)

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EFE

Publicado em 7 de dezembro de 2017 às 18h34.

Berlim - O Partido Social-Democrata Alemão (SPD) aprovou nesta quinta-feira, por uma ampla maioria, iniciar um diálogo com o bloco conservador para estudar se apoia, e de qual forma, um novo governo de Angela Merkel, sem descartar uma nova grande coalizão, como pedia a direção da legenda.

A decisão é tomada no primeiro dia do congresso federal do SPD, realizado em Berlim e que vai até sábado, após um intenso debate entre os que apoiavam as conversas e os que as rejeitavam por não querer reeditar a grande coalizão da última legislatura.

O congresso do SPD apoiou esta posição depois que as negociações entre conservadores, liberais e verdes fracassaram, quando a aliança conservadores e social-democratas se tornou a última opção antes da repetição das eleições.

O presidente do SPD, Martin Schulz, afirmou que todas as opções sobre a mesa serão atualizadas e apontou que uma "nova forma" de sustentar o governo poderia ser encontrada, dando a entender que não necessariamente será formada uma coalizão formal, como é tradicional na Alemanha.

"Talvez sejam novas eleições, talvez uma cooperação, talvez uma tolerância, talvez uma coligação. Deem a nós a oportunidade de explorar todas as opções", pediu Schulz em um breve discurso para defender a proposta da direção.

A votação foi à mão levantada e o membro da direção do SPD Niels Annen, encarregado do processo, afirmou após consultar os delegados que a resolução da direção foi aprovada por "uma ampla maioria".

Por sua vez, a moção da Juventude Social-Democrata (Jusos), que admitia o início dos contatos com os conservadores, mas exigia descartar a grande coalizão, foi rejeitada pela grande maioria.

O novo governo demorará a ser formado, uma vez que os social-democratas combinaram a realização de um novo congresso extraordinário sobre as negociações e qualquer decisão final será submetida ao voto dos militantes.

A resolução aprovada, além de dar sinal verde à direção para iniciar um diálogo "construtivo e aberto", define o catálogo de propostas programáticas do SPD em relação a essas conversações com os democratas-cristãos de Merkel.

Os pontos principais são uma política pró-europeia, a melhoria do mercado de trabalho e saúde, a equiparação de direitos de homens e mulheres, a modernização da educação, o fortalecimento das pensões, o aumento dos investimentos públicos e a organização da política de migrantes e refugiados.

A respeito da Europa, a moção em "dar passos substanciais no caminho para uma Europa social" e propõe um salário mínimo comum, a luta conjunta contra o desemprego juvenil e a pobreza infantil, bem como a evasão de divisas.

A resolução também corrobora a proposta francesa de iniciar um orçamento para a zona do euro e de transformar o fundo permanente de resgate em uma espécie de Fundo Monetário Internacional (FMI) para a UE.

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